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Destaque na Espanha, brasileiro cogita seguir o caminho de Diego Costa

Léo Baptistão já marcou quatro gols em sete jogos da temporada 2015/16 - AP Photo/Alberto Saiz
Léo Baptistão já marcou quatro gols em sete jogos da temporada 2015/16 Imagem: AP Photo/Alberto Saiz

Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

03/10/2015 06h00

Ele deu seus primeiros passos no futebol em Santos, vem marcando gols importantes na Europa e seu time ocupa a liderança do Campeonato Espanhol. Enquanto Neymar e o Barcelona sofrem com a ausência de Lionel Messi, o atacante brasileiro Léo Baptistão é peça-chave na excelente fase do Villarreal, primeiro colocado da liga espanhola com 16 pontos em seis rodadas disputadas. 

Em evidência pelos gols que vem anotando com a camisa do Villarreal – no total, são quatro neste início de temporada, o último deles na quinta-feira, pela Liga Europa, contra os tchecos do Viktoria Plzen –, o jovem de 23 anos não hesita ao afirmar que aceitaria um convite para defender a seleção espanhola. Embora ainda não tenha passaporte espanhol, Léo não teme uma repercussão negativa no Brasil caso siga o mesmo caminho de Diego Costa, seu amigo e ex-companheiro no Rayo Vallecano e Atlético de Madri.

"Por enquanto, eu não tenho o passaporte espanhol, então não posso ser chamado [para a seleção espanhola]. Mas, se fosse convocado, eu iria, aproveitaria a oportunidade. Acho que não teria tanta repercussão como no caso do Diego Costa porque ele jogou pelo Brasil antes. Ele fez amistosos pela seleção brasileira, então a torcida ficou brava. Mas acho que todo mundo entende a posição dele. Eu acho que ele fez certo. Todo mundo que entende de futebol sabe que ele fez certo. Eu faria o mesmo", afirmou ao UOL Esporte.

O destaque do Villarreal mostrou solidariedade ao lateral-direito Rafinha, do Bayern de Munique, que causou polêmica ao pedir dispensa da seleção brasileira em setembro. "As declarações do Rafinha são claras. Nunca precisaram dele e, agora que ele não quer ir, precisam. É algo pessoal dele. Eu faria o mesmo, mas, como nunca tive nenhuma visibilidade na seleção brasileira, seria diferente", contou.

Há sete anos na Espanha, Léo se diz totalmente adaptado ao futebol e os costumes locais. Não são raras as situações em que o atacante mistura o português o espanhol em suas conversas – na entrevista ao UOL Esporte, isso aconteceu duas vezes.

Com passagem pelas categorias de base da Portuguesa Santista – onde chegou a atuar ao lado de Neymar –, ele está emprestado pelo Atlético de Madri, onde não teve muitas oportunidades devido à forte concorrência no ataque, ao Villarreal desde julho. Léo credita parte do bom momento no novo clube à parceria bem sucedida com o experiente atacante espanhol Roberto Soldado, com passagens por Real Madrid, Valencia e Tottenham. “Trabalhar com ele está sendo incrível. O Soldado sabe muito de futebol e ajuda os demais. Estou aprendendo muito com ele. Estamos nos dando muito bem em campo. É um goleador nato. Ele fica com a responsabilidade dos gols. Eu prefiro ficar em segundo plano e ajudar de outras maneiras”, contou.

Ele garante que o fato de ter sido cedido pelo Atlético de Madri pela terceira vez – disputou temporadas anteriores do Campeonato Espanhol por Betis e Rayo Vallecano – não traz qualquer tipo de ressentimento em relação ao técnico argentino Diego Simeone, seu comandante nos tempos de Vicente Calderón.

Na última rodada do Espanhol, o camisa 10 do Villarreal marcou o único gol na vitória sobre o Atlético, mas rejeita a ideia de vingança contra o clube em que foi pouco aproveitado. “Sempre me dei muito bem com o Cholo [apelido de Simeone]. Aprendi muito com ele. São circunstâncias do futebol. Não me encaixei bem no Atlético. Decidi buscar outros lugares e, por enquanto, está dando certo”.

Mesmo na liderança, Léo e o grupo do Villarreal não abrem mão da filosofia pés no chão ao falar das pretensões do clube para a temporada. A concorrência de Barcelona e Real Madrid – segundo e terceiro colocados na tabela, respectivamente – torna a possibilidade de título “muito difícil”, segundo o atacante. “São grandes clubes que estão atrás da nossa equipe. Mas, já que estamos nessa posição, não queremos cair de rendimento”, finalizou.