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Três anos para presidente contraria cenário de últimas eleições no Grêmio

Se for eleito novamente, Romildo Bolzan Júnior ficará cinco anos no comando - Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio
Se for eleito novamente, Romildo Bolzan Júnior ficará cinco anos no comando Imagem: Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

03/10/2015 06h00

Em assembléia realizada no último final de semana, os sócios do Grêmio (apenas 321 votaram) referendaram as mudanças no estatuto do clube, que tinham sido aprovadas pelo Conselho Deliberativo. Entre as mudanças, a mais importante é a ampliação no mandato presidencial de dois para três anos. Contudo, dar mais tempo para o mandatário soa estranho no clube, já que nos últimos 10 anos, apenas uma reeleição aconteceu. 

Quatro presidentes passaram pelo Grêmio desde 2005. Apenas uma vez a reeleição aconteceu. Foi logo do primeiro, Paulo Odone, que assumiu como oposição ao antecessor, Flávio Obino, para o biênio 2005-2006 e foi aclamado após o primeiro mandato. Assim, sem a participação dos associados em eleição, foi eleito para mais dois anos: 2007-2008. 
 
Em seguida, conselheiros e depois associados do clube preferiram a mudança. Paulo Odone indicou Antônio Vicente Martins, que foi derrotado nas urnas pelo opositor Duda Kroeff. Duda comandou o clube nos dois anos seguintes, 2009-2010, mas perdeu nas urnas para Odone, que retornou no biênio 2011-2012. 
 
Em seguida, logo após inaugurar a Arena, Odone, empolgado com o novo estádio, tentou se manter no poder, mas perdeu eleição para o presidente mais vitorioso da história gremista: Fábio Koff, que comandou o clube em 2013 e 2014. E na última eleição, optou por não tentar reeleição, mas conseguiu eleger seu indicado, Romildo Bolzan Júnior. 
 
Ou seja, o Grêmio, nos últimos 10 anos, aponta uma preferência pela mudança. Apenas Odone ficou mais tempo no poder. E Koff conseguiu eleger seu indicado. Ou seja, foram cinco eleições, e duas vitórias do comando que estava no clube. 
 
O tempo para implantar seu projeto é a principal alegação dos defensores do mandato maior para presidente. Por outro lado, se os aficionados estiverem descontentes, terão que suportar o comando por mais tempo do que fazem atualmente. 
 
A mudança estatutária passa a valer a partir da próxima eleição, marcada para o fim de 2016. Romildo Bolzan Júnior poderá tentar a reeleição. Caso consiga, ficará por meia década no comando do clube.