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Como fanático "dobra" esposa e dá nome de craques argentinos aos 3 filhos

Família Teixeira, com as crianças Rhykelme e Messi, ainda sem Higuain - Arquivo Pessoal
Família Teixeira, com as crianças Rhykelme e Messi, ainda sem Higuain Imagem: Arquivo Pessoal

Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

04/10/2015 06h00

Messi, Riquelme e Higuaín. A sequência de nomes é proferida seguidamente, todos os dias. Mas o dono das palavras não é um técnico, tampouco um fanático torcedor nascido na Argentina. Os responsáveis por isso são dois moradores de São Bernardo do Campo, pais de três meninos nascidos no Brasil.

O fato acontece desde a semana passada, quando Higuaín Alves Teixeira nasceu na cidade do ABC paulista. A escolha do nome seguiu o critério dos dois irmãos mais novos: Messi e Rhykelme, batizados dessa forma pelo caminhoneiro Ricardo Teixeira. Para conseguir ter um "trio de craques" em casa, foi preciso convencer a esposa e o cartório.

Quando o primogênito nasceu, ainda em 2005, Ricardo disse a Luciana, sua mulher, sobre o plano. "No começo eu não gostei muito. Ele falou que queria colocar Riquelme. E eu nunca tinha ouvido falar nesse nome. Ele me explicou quem era e eu aceitei porque o nome começa com "R", mesmo letra do nome dele", relembrou a mãe do trio em entrevista ao UOL Esporte.

Cinco anos depois do nascimento do segundo bebê, Ricardo resolveu homenagear o craque Messi após confirma a segunda gravidez. Com dois meninos, os planos do casal era não ter mais filhos. Luciana, porém, voltou a engravidar. E durante a gestação, o torcedor cogitou colocar Marta, caso viesse uma menina. 
 
A esposa, entretanto, vetou uma possível homenagem à jogadora dona de cinco Bolas de Ouro da Fifa. "Se fosse menina, não ia aceitar Marta. Acho muito feio esse nome", explicou Luciana.
 
Mas não houve discussão. Confirmado o sexo do bebê, coube a Ricardo escolher o nome do bebê. "Ele falou que queria (Higuaín) porque já tinha os dois. Foi difícil para escolher qual seria o jogador dessa vez. Ele falava o nome e eu não gostava. Ele, então, falou Higuaín e foi o que mais gostei. Como os meninos já têm nome de argentino, eu aceitei", disse Luciana.
 
Ricardo, que é torcedor fanático do São Paulo (e por isso nunca cogitou o nome Tevez, ídolo do Corinthians), também teve problemas para registrar Higuaín. "O cartório não queria deixar. Falaram que era sobrenome e não podia. Eu falei do Messi e do Rhykelme e eles pediram para eu assinar um termo", conta o pai, que não teve dificuldade alguma para registrar Messi e Rhykelme.
 
Luciana admite que as pessoas e familiares estranham os nomes no começo. "As pessoas falam 'que nome estranho, que difícil de pronunciar". Perguntavam se eu ia deixar colocar o nome de argentino. Mas depois, com o tempo, as pessoas se acostumam", disse.
 
Argentina
 
Na Argentina, a chance de batizar um filho com o nome dos craques da seleção é mínima. Isso porque pode haver confusão, já que muitos deles são sobrenomes comuns no país vizinho.
 
No ano passado, um torcedor conseguiu uma exceção e batizou o filho como Messi Daniel Varela. Para isso, ele precisou de uma autorização especial do Registro Civil da província de Rio Negro, no sul da Argentina.
 
Aos outros pais argentinos, restam apenas a possibilidade de batizar os bebês com o primeiro nome dos craques. Se no Brasil fosse assim, Ricardo e Luciana teriam de chamar os filhos de Juan, Lionel e Gonzalo, nomes de batismo de Riquelme, Messi e Higuaín, respectivamente.