Renovação de santista gera 'guerra de agentes' e envolve até R. Oliveira

A renovação emperrada do volante Thiago Maia no Santos provocou uma “guerra de empresários” e envolveu até o centroavante Ricardo Oliveira. Os agentes que trabalham com Juan Figer e agenciam a carreira do atleta acusam o empresário do atacante, Augusto Castro, de aliciar jogadores.

Castro, por sua vez, alega que ele e Ricardo Oliveira estão sendo perseguidos por causa da religião, já que os dois são pastores evangélicos. A dupla costuma organizar cultos dentro do CT Rei Pelé, do Santos.

As reuniões contam com aproximadamente 18 jogadores do time, entre eles, Thiago Maia, que foi batizado por Ricardo Oliveira e trabalha com Juan Figer.

Segundo os empresários que acusam Augusto Castro, ele presenteou Maia com um carro avaliado em R$ 120 mil. O agente teria realizado o sonho do jogador após descobrir dentro do Santos que Juan Figer havia recusado presentear o volante, alegando que a revelação santista não possuía carta de motorista.

“Eu não dei nenhum um carro a ele, não vou a Santos há mais de 20 dias. É só investigar, buscar no nome de quem está esse carro, que ninguém viu. Aliás, ninguém ouviu o jogador sobre isso também. Eu só perguntei por aí, que ‘se’ eu tivesse dado o carro, porque ele não recusou e, por isso, entenderam que eu dei o carro”, afirmou Augusto Castro ao UOL Esporte.

“Como representantes do Thiago Maia consideramos falta de respeito, de ética, com o nosso grupo (Juan Figer), em relação ao Thiago Maia. Sempre fomos transparentes em tudo e confiamos no nosso jogador, que permanecerá conosco. Ele precisa comprar uma pessoa com um carro?. O mercado do futebol está revoltado com ele e, inclusive, dizem que ele anda falando por aí que já fechou com o Thiago”, disse Alexis Malavolta, agente de Thiago Maia.

O agente de Ricardo Oliveira também é acusado de aliciar outros atletas do elenco santista. O empresário Fernando Otto é outro agente insatisfeito, pois perdeu o meia Marquinhos Gabriel para Augusto Castro.

“O Marquinhos Gabriel estava sem empresário há sete, oito meses, e um amigo do Sul perguntou se queríamos ter uma relação. Quando fechamos com ele, aliás, ele nem estava sendo utilizado no time titular”, disse Castro.

Os laterais Zé Carlos e Daniel Guedes, e o meia Léo Cittadini também fazem parte da lista de atletas que foram convidados a trabalhar com Augusto Castro.

“O meu trabalho é aumentar a carteira de clientes. Daniel Guedes e Zeca pertencem ao Cidão (agente de jogadores). Estamos alinhando uma parceria para gerenciarmos a carreira deles”, comentou o agente de Ricardo Oliveira.

“O Cittadini continuava amigo do pessoal de Campinas (EMS), mas não tinha mais contrato com eles. São amigos pessoais. Quando tentava levar o Kayke (hoje, no Flamengo) para o Santos, o ABC, de Natal, pediu o Cittadini, foi aí que o conhecemos”, disse.

Augusto Castro tem acesso livre na Vila Belmiro. Ele foi o responsável por manter Ricardo Oliveira no clube paulista.  

O presidente Modesto Roma e companhia estão do lado de Augusto Castro nesta “guerra”, pois entraram em rota de colisão com o grupo de Figer, que recusou todas as propostas de renovação contratual de Thiago Maia.

A diretoria alvinegra, inclusive, cogita proibir a entrada de Juan Figer e Alexis Malavolta na Vila Belmiro. Os santistas estão revoltados com a postura da dupla nas negociações.

Segundo os empresários revoltados com Augusto Castro, os atletas do Santos tem se aconselhado com Ricardo Oliveira e, por isso, acreditam que a liderança do capitão santista pode ajudar o “agente pastor” a fechar com Thiago Maia e outros jogadores. Eles indagam como o empresário sabia que o sonho do volante era ter um Ford Fusion na cor branca.