Comitê de ética da Fifa pede suspensão de Blatter e Platini por 90 dias

O comitê de ética da Fifa abriu processo na segunda-feira (07), em Zurique, para analisar a denúncia envolvendo o presidente da entidade Joseph Blatter e o presidente da Uefa Michel Platini, ambos indiciados pela Justiça suíça. A comissão pediu a suspensão de ambos os dirigentes por 90 dias, em decisão que deve ser ratificada até o fim desta semana.

De acordo com a BBC e o jornal inglês The Guardian, a decisão sobre a punição dos dirigentes deve acontecer até a próxima sexta-feira (9). Ela será tomada pelo juiz alemão Hans-Joachim Eckert, que comanda a câmara julgadora do comitê de ética. Tal suspensão é a pena máxima prevista enquanto há uma investigação em andamento na Fifa.

"O que sabemos é que o presidente Blatter foi comunicado de que pode ser suspenso por 90 dias. O comitê de ética não tomou nenhuma decisão chave, eles estão esperando a sequência das investigações. Não há culpa declarada. (...) O presidente Blatter não foi retirado de seu trono, está ainda no poder. É uma situação muito difícil, não é boa para o futebol mundial", disse Klaus Stöhlker, ex-advogado e conselheiro de Blatter, à imprensa inglesa.

Caso seja confirmada a suspensão, Blatter só voltará à presidência em janeiro, mês final de seu mandato à frente da entidade. Uma nova eleição está programada para o dia 26 de fevereiro. 

Vale lembrar que a decisão do comitê de ética ocorreu após pressão pública de alguns dos principais patrocinadores da Fifa. Coca-Cola, McDonalds e Visa exigiram a saída imediata de Blatter do comando da entidade.

Desde a semana passada, Blatter é objeto de um processo penal da justiça suíça pelo "pagamento desleal" de dois milhões de francos suíços (1,8 milhão de euros) em 2011 a Platini.

Presidente da Fifa desde 1998, Blatter anunciou em 2 de junho que deixaria o cargo, mas que permaneceria no comando da entidade até as novas eleições.

Desde 27 de maio, quando sete dirigentes do futebol mundial foram detidos em um hotel de Zurique a pedido da justiça americana e outros sete dirigentes e empresários foram indiciados, a Fifa caminha entre escândalos de corrupção.

* Com agência AFP

** Nota atualizada às 14h38