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Chile quer curar "ressaca" de título por obsessão de vitória sobre o Brasil

Santiago ainda tem muitas marcas da Copa América, disputada no meio deste ano - Danilo Lavieri/UOL
Santiago ainda tem muitas marcas da Copa América, disputada no meio deste ano Imagem: Danilo Lavieri/UOL

Danilo Lavieri

Do UOL, em Santiago (Chile)

08/10/2015 12h25

As ruas de Santiago ainda vivem o clima da Copa América. Muito embora a final tenha sido disputada e vencida na primeira semana de julho, há três meses, ainda é possível observar referências ao título em toda parte da cidade.

Patrocinadores ainda ostentam bandeiras da competição, torcedores ainda andam com vestimentas que fazem referência aos jogos disputados no país e até mesmo a federação nacional segue com decorações e símbolos do torneio. E é justamente esse clima que preocupa Jorge Sampaoli e os principais jogadores do grupo para um duelo que tem ares pra lá de especial.

Em todas as entrevistas, o discurso é o mesmo. O treinador, por exemplo, reconhece o bom momento que sua equipe vive, mas não cansa de repetir que tudo precisa ser deixado para trás antes de a bola rolar nesta quinta-feira, às 20h30, no Estádio Nacional, contra a seleção brasileira.

“O Mundial já passou, a Copa América já passou. O que fica é o reconhecimento que o Chile tem na atualidade. Mas agora tudo começa do zero. Ficar lembrando do Mineirão (o Chile caiu diante do Brasil) e da Copa América não tem nenhum sentido. Precisamos trabalhar o funcionamento da equipe porque as Eliminatórias vão ser completas”, afirmou o argentino, técnico da seleção chilena.

Apesar de tentar esquecer o passado recente, especialmente as duas últimas derrotas contra o Brasil, na Copa do Mundo e no amistoso, em Londres, o técnico deixa a clara impressão que não vê a hora de ganhar dos pentacampeões.

"O Brasil é uma seleção que vai nos impor muita dificuldade e é a gente que precisa resolver isso. Eles já mostraram que podem ser considerados como os melhores do mundo sempre. Não vejo nenhum outro resultado bom que não seja ganhar. Empatar só poderá ser dito como um bom resultado depois das circustâncias de jogo. Mas nós temos é que vencer", afirmou Sampaoli.

Apesar dos elogios nas entrevistas, os jornais chilenos analisam que o comandante tem verdadeira obsessão por vencer o Brasil, especialmente por considerar que sua equipe foi melhor nos dois últimos encontros. Há também a chance de quebrar um tabu que já dura 15 anos. Desde 2000, o Chile não vence a seleção verde e amarela.

“Sampaoli acredita que jogou melhor nas duas últimas partidas, parou no travessão na Copa e dominou o Brasil nos amistosos. Mas a vitória não veio. É uma obsessão para ele vencer o Brasil agora”, destacou o jornal chileno La Tercera em seu caderno esportivo.

A obsessão de Sampaoli se estende ao país. Durante toda a Copa América, era comum ouvir que o sonho era vencer o Brasil na grande final. É como se o povo quisesse se vingar das oitavas de final da Copa do Mundo, quando o sonho parou no travessão no chute de Pinilla.

Nas ruas, os chilenos mostram muita confiança na vitória de sua equipe. Devem lotar o estádio Nacional para verem o que consideram a melhor oportunidade dos últimos tempos, especialmente com a ausência de Neymar. Eles querem quebrar o que chamam de "hierarquia" do futebol. 

Brasil e Chile se enfrentam a partir das 20h30 desta quinta-feira e abrem a disputa por uma vaga na Copa do Mundo da Rússia, em 2018.