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Coreano diz que suspensão é "irresponsável" e compara Fifa ao Titanic

Kim Hong-Ji/Reuters
Imagem: Kim Hong-Ji/Reuters

Do UOL, em São Paulo

08/10/2015 14h13

Ex-vice-presidente da Fifa suspenso por seis anos nesta quinta-feira (08), Chung Mong Joon se manifestou publicamente pela primeira vez desde o ocorrido. Em nota incisiva, o sul-coreano descreveu seu afastamento como "um aborto flagrante da justiça".

“Tal decisão não vem como surpresa, mas estou profundamente desapontado com um ato que, mais uma vez, demonstra a natureza irresponsável e antiética da Fifa”, disse, antes de classificar a entidade máxima do futebol como "um Titanic afundando".

O coreano levará o caso para a Corte Arbitral do Esporte, na Suíça.

Chung Mong Joon foi banido sob acusação de compras de votos nas licitações para as Copas do Mundo de 2018 e 2022. Além de excluído, ele recebeu multa de US$ 107 mil (R$ 415 mil).

"A decisão do comitê de ética minou a legitimidade da próxima eleição da Fifa", avaliou Joon, que era um dos candidatos ao pleito a ser realizado em fevereiro de 2016, agora impedido de participar da disputa.

"Vou mobilizar todos os meios legais disponíveis para expor essa injustiça, continuando a fazer o meu melhor para reformar a Fifa. Peço a todos os colegas imparciais da Fifa e aos fãs de futebol ao redor do mundo, bem como ao tribunal da opinião pública mundial, para se juntarem a mim neste esforço para promover o verdadeiro renascimento da entidade", completou.

Blatter, Valcke e Platini também caíram

Além de Chong Mong Joon, outros três cartolas foram afastados do futebol nesta quinta. O juiz alemão Hans-Joachim Eckert decidiu levar a cabo a sugestão do comitê de ética da Fifa e optou pelo afastamento por 90 dias do suíço Joseph Blatter, ex-presidente da organização, acusado de corrupção e má gestão. A pena de três meses também vale para Michel Platini, presidente da Uefa, e Jerome Valcke, que foi o número 2 da Fifa e já estava afastado. As suspensões podem ser prorrogadas por 45 dias.

Sem Joon e com Platini sob gancho: eleições em risco

Segundo estatuto da entidade máxima do futebol, Issa Hayatou, de Camarões, assumiu como presidente interino por ser o vice com mais tempo de casa. Em sua primeira declaração, afirmou que cumprirá seu papel de "tampão", mas não pretende brigar pelo cargo na disputa eleitoral de 2016.

Joon e Platini, por outro lado, eram nomes quase certos para o pleito. O primeiro agora está impedido por causa do período de afastamento. Ao francês, que retoma atividade em janeiro do ano que vem, existe alguma esperança - ainda que pouca. "Se não apresentou sua candidatura, não poderá fazê-lo, porque o prazo acaba em 26 de outubro, momento no qual estará suspenso. Se já o fez, entendo que pode continuar, mas não poderá fazer campanha nem assistir a nenhuma reunião relacionada ao futebol", informou o porta-voz do comitê de ética da Fifa. 

Com isso, o príncipe jordaniano Ali Bin Al-Hussein volta a ganhar força. O ocorrido também pode abrir espaço para o brasileiro Zico. Ele ainda precisa conseguir apoio de cinco confederações nacionais para que possa concorrer ao posto máximo da organização.