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Para Prass, distância do eixo Rio-SP o tornou "esquecido" pela Seleção

Luis Augusto Simon

Do UOL, em São Paulo

09/10/2015 06h00

Mesmo no futebol de hoje, com tantos recursos médicos e fisioterápicos, 37 anos é uma idade que aponta para o final da carreira. Goleiros duram mais, mas não há dúvidas que essa é uma idade para se pensar mais no que fazer após a aposentadoria do que no presente. 

Fernando Büttenbender Prass é exceçao – hoje, o futebol permite isso, como mostram as convocações de Kaká e Ricardo Oliveira para a seleção. Prass, entretanto, nunca defendeu o Brasil. No Vasco, aos 31 anos, lembrou-se do desabafo do velho amigo Darnlei. "Ele dizia que precisava fazer cinco defesas no Grêmio para cada uma dos goleiros cariocas e paulistas para ser notado. E é verdade".

A demora para chegar ao eixo Rio-São Paulo foi motivada, principalmente, pelo tempo perdido no União de Leiria. A aventura portuguesa rendeu um bom dinheiro, porém limitou a possibilidade de alçar voos maiores. Intransigente, o milionário dono do clube recusou 3 milhões de euros que o levariam à França ou Alemanha.

Talvez pelo "esquecimento" já durar tanto tempo, Prass não tenha a seleção em seus planos imediatos – isso não significa que não sonhe. "Se eu for titular do Palmeiras e estiver jogando bem com 44 anos, por que nao posso ir para a seleção?", pergunta.
 
Com ou sem seleção, com contrato novo de dois anos, ele sonha e muito. "Quero conquistar títulos no Palmeiras. O Brasileiro e a Libertadores. Tenho dois anos para isso. Assim, daqui a 20 anos, quando falarem do meu nome, falarão dos títulos".
 
As conquistas são para já, para amanhã, para 2016. "Vamos dar muito trabalho, ele garante". Prass aposta na continuidade do elenco, algo que não viveu ainda no Palmeiras. Único remanescente do time titular do ano passado, acredita que 80% da base será mantida para 2016. "Teremos uma espinha dorsal forte".
 
O elenco forte e ainda com o reforço do Allianz Parque, algo considerado essencial para Prass. "A torcida gosta do Pacaembu, mas no nosso campo e diferente. Há uma identidade muito maior".
 
O foco do goleiro, agora, é nos dois próximos anos. Fará de tudo para vencer. Até recorrer a métodos pouco elogiados, como a cera, algo que lhe rendeu uma cobrança de Marcelo Oliveira assim que o técnico chegou ao Palmeiras. Marcelo se lembrou da decisão da Copa do Brasil de 2011, quando foi derrotado pelo Vasco de Fernando Prass.
 
Sete minutos. Marcelo Oliveira disse que havia cronometrado o tempo de cera feito por Prass. E o goleiro não nega. "Lutei com todas as armas pelo Vasco". É o que faz e promete continuar fazendo no Palmeiras.