Topo

Diego Costa recusou Brasil. E tem bons motivos para perder vaga na Espanha

Brasileiro naturalizado espanhol tem apenas 1 gol em 9 jogos pela seleção espanhola - REUTERS/David W Cerny
Brasileiro naturalizado espanhol tem apenas 1 gol em 9 jogos pela seleção espanhola Imagem: REUTERS/David W Cerny

Do UOL, em São Paulo

10/10/2015 06h00

A Espanha venceu Luxemburgo nesta sexta-feira (9) e se classificou para a Eurocopa 2016. Até lá, os jogadores espanhóis terão poucas chances de garantir a vaga no elenco que tentará o tricampeonato europeu, em Paris, entre junho e julho do ano que vem.

Um deles, mais que qualquer outro, tem motivos de sobra para se preocupar: Diego Costa, brasileiro naturalizado espanhol que escolheu disputar a Copa do Mundo de 2014 com a camisa Roja em vez da Canarinho.

Pela Espanha, porém, Diego Costa ainda não deu sinais do futebol que mostrou no Atlético de Madri ou que o fez bater recordes no Chelsea. Assim, o UOL Esporte preparou uma lista de bons motivos que Vicente del Bosque tem para apostar em outros nomes para o ataque da seleção espanhola.

Tem péssima média de gols

Diego Costa tem números ruins com a Espanha. Em nove jogos sob o comando de Vicente del Bosque, o atacante marcou apenas um gol, contra Luxemburgo, no dia 12 de outubro de 2014, há quase um ano, nas Eliminatórias da Euro. Isso dá média de 0,1 gol por jogo. Além disso, nestes nove jogos, ele foi substituído em sete e levou três cartões amarelos.

Concorrentes são xodós espanhóis (e vão melhor na seleção)

Enquanto os números de Diego Costa com a Espanha ficam muito aquém, seus rivais direto pela posição têm atuado melhor com a Roja. Paco Alcácer, que é ídolo no Valencia, tem cinco gols em nove jogos: média de 0,55. Já Morata, que hoje joga pela Juventus mas foi relevado no Santiago Bernabéu e já jurou amores pelo Real Madrid, tem um gol em seis jogos: média de 0,16. Ambos, além de números melhores, jogaram bem quando solicitados.

Foi criticado pelo técnico (dentro e fora de campo)

O próprio Diego Costa assumiu que foi Vicente del Bosque quem primeiro valorizou seu futebol e o convenceu de jogar pela Espanha. Mas o técnico não anda feliz com o desempenho do pupilo. Tanto que criticou abertamente Diego Costa por dois motivos diferente nos últimos meses. Primeiro, mesmo convocando Diego Costa para as partidas das Eliminatórias da Euro em setembro passado, del Bosque alfinetou: “Não estamos contentes com o que ele fez conosco até agora”. Depois, mais recentemente, o atacante foi criticado pelo técnico em virtude da suspensão de três jogos que levou na Inglaterra após protagonizar briga com Gabriel Paulista no clássico Chelsea x Arsenal.

Estilo de jogo

Um dos principais motivos do fraco rendimento de Diego Costa com a Espanha é a diferença de filosofia de jogo de seus técnicos em clubes do comandante da seleção espanhola. Tanto Simeone, no Atlético de Madri, como Mourinho, no Chelsea, montaram seus times tendo o atacante como referência. Em ambos os casos, é muito mais comum ver jogadas aéreas, de pivô ou que demandem disputa física – nas quais Diego Costa costumar levar vantagem sobre os zagueiros. Já a Espanha de Vicente del Bosque joga com intensa troca de passes e bola no chão, em estilo que se consagrou como "tiki-taka". Além de que dificilmente procura o contato físico. É verdade que os espanhóis têm buscado mais variações em seu jogo, como afirmou Piqué após a vitória contra Luxemburgo, mas o DNA de uma geração tão vitoriosa não se pode apagar. E o material genético da seleção espanhola na atualidade não ajuda Diego Costa.