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Juvenal Juvêncio foi avisado de que Aidar deverá renunciar

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

10/10/2015 06h00

O ex-presidente do São Paulo Juvenal Juvêncio foi avisado durante a tarde de sexta-feira (9) que seu sucessor e atual adversário político Carlos Miguel Aidar deverá renunciar à presidência do clube. Juvêncio recebeu o telefonema de um aliado político e amigo de Aidar, às 16h. A informação foi confirmada ao UOL Esporte por três pessoas próximas ao ex-presidente.

Carlos Miguel Aidar discute com seus aliados e familiares a possibilidade de renunciar após a revelação de um e-mail que recebeu do ex-vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro, exonerado do cargo na última segunda-feira após tentar agredir o próprio Aidar no mesmo dia. No e-mail, ao qual o UOL Esporte teve acesso, Gil Guerreiro indica que o presidente desviou recursos e causou lesão aos cofres do clube e descreve diferentes situações. O ex-vice avisa Aidar ter gravado uma conversa entre eles na qual o presidente descreve como desviaria dinheiro em comissão na contratação de um jogador e como tentou comissionar a TML, empresa de sua namorada, Cinira Maturana, no contrato com a Under Armour.

No fim da noite de sexta-feira (9), Mariana Aidar, filha do presidente, publicou no Twitter que ela e as irmãs tiveram "longa conversa" com o pai para entender o momento. Mariana escreveu que a família só quer "paz", nem que para isso Carlos Miguel Aidar tenha que renunciar à presidência.

Segundo aliados, Aidar deverá aceitar a renúncia para evitar enfrentar o desgaste de um processo de impeachment. O presidente do conselho Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, afirma que convocará na terça-feira uma reunião extraordinária do órgão para o próximo dia 22, na qual Ataíde Gil Guerreiro terá palavra preferencial e na qual as supostas provas descritas no e-mail serão analisadas. Segundo membros da oposição e dissidentes da diretoria, que se dissolveu em demissão coletiva na última terça-feira, a gravação obtida por Gil Guerreiro será colocada em áudio para que todos os conselheiros escutem.

Desta reunião deverá partir a entrega de requerimento para entrar com pedido de impeachment, o que poderá ser feito por qualquer conselheiro.

Se Aidar renunciar à presidência, Leco assumirá o posto temporariamente e terá 30 dias para convocar nova eleição. É provável que o próprio Leco, se esse cenário se concretizar, seja candidato.

Foi o próprio Juvenal Juvêncio que escolheu Aidar para ser candidato pela situação na última eleição, em abril de 2014. Quatro meses depois do pleito, Aidar tirou Juvêncio da diretoria de futebol de base, o destituiu do cargo e causou um racha político baseado no argumento de que havia descoberto que seu antecessor deixara o clube com dívida total maior do que a imaginada.