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Doriva cutuca herança de Osório e diz que é difícil mudar cabeça de atletas

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

23/10/2015 12h28

Doriva não faz parte da onda de entusiasmo com o trabalho de Juan Carlos Osório, seu antecessor no São Paulo e, hoje, treinador da seleção do México. Em entrevista nesta sexta (23), o comandante tricolor não perdeu a oportunidade de apontar falhas que viu na montagem da equipe e na tática aplicada para as partidas.

Sem citar diretamente o nome do ex-treinador, o atual listou as principais falhas que viu na equipe, como falta de compactação, erros em bolas aéreas e atacantes que não têm poder de marcação. Se não vencer o Coritiba, no domingo (25), Doriva iguala a pior sequência do ano no São Paulo.

"Meu primeiro jogo foi contra o Fluminense. Praticamente sem tempo de trabalhar e passar o ideal, a equipe teve uma performance bem distante do que é ideal. Mas melhorou contra o Vasco e, agora, contra o Santos, deu uma resposta muito positiva. Falo isso analisando o nível de compreensão tática, da leitura e do posicionamento", iniciou.

"A equipe conseguiu se agrupar, conseguiu compactar linhas, porque, anteriormente, o São Paulo jogava de uma maneira descompactada, com atacante sem função defensiva e minha maneira de trabalhar é diferente. Preciso ter uma equipe compactada no momento defensivo e que todos tenham tarefas defensivas. Esse é o futebol moderno", completou.

Doriva, então, foi questionado diretamente sobre o nome de Juan Carlos Osório, mas evitou o confronto. "Não posso falar do trabalho do meu antecessor. Mas a leitura que eu fiz era que a gente estava descompactado. E eu entendo o futebol compactado, com pressão alta, com a linha de trás acompanhando". 

O treinador relatou que tem tido dificuldades de mudar a cabeça dos jogadores, mas analisa que esse é um obstáculo que precisará ser vencido rapidamente, especialmente por causa da experiência que seus atletas têm no mundo do futebol.

"Há uma dificuldade de compreensão, é natural. Mas como eu disse, eles estão assimilando rápido. Não é uma coisa de outro mundo para eles. É uma coisa que eles estão habituados, porque já têm experiência. Meu trabalho agora é cobrar e convencer de que aquilo é o correto para que o time não dependa só dos valores individuais. Temos de jogar como equipe e no momento oportuno a individualidade vai aparecer, como foi no gol do Pato. Entendemos que o futebol é coletivo, a equipe tem de jogar como equipe e as individualidades vão surgir naturalmente", afirmou.

Por fim, Doriva confirmou que escalará a equipe titular contra o Coritiba, no domingo (25), às 17h, pelo Brasileirão. Ele revelou que Reinaldo deve ser o lateral esquerdo no lugar de Matheus Reis, suspenso, e Carlinhos, lesionado. 

Para ele, o segredo de quebrar uma sequência negativa, há três jogos sem vencer, é repetir a perfomance que a equipe teve diante do Santos, por 3 a 1 na semifinal da Copa do Brasil, mas com uma eficiência melhor.

"É sempre difícil assumir o trabalho pela metade, mudar a maniera de o atleta jogar. Você precisa convencer os atletas da maneira de jogar, mas a receptividade tem sido boa. Eu vejo uma margem de melhora (contra o Santos) que me animou muito para o futuro. Vamos dar sequência para o trabalho", analisou. "Os gols você não consegue controlar, mas o desempenho, sim. E o time foi bem, criou muito contra o Santos. Faltou colocar a bola para dentro", finalizou.