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Justiça espanhola aprova abertura de nova investigação contra Neymar

Do UOL, em São Paulo

28/10/2015 14h08

A Justiça espanhola aprovou nesta quarta-feira a abertura de uma investigação contra Neymar. O tribunal rejeitou o pedido para que o processo seguisse apenas na Catalunha e o processo seguirá em duas frentes.

Em Madri, Neymar, ao lado de seu pai e dirigentes do Barcelona, responderá contra a irregularidade em sua transferência do Santos para o clube espanhol. Na Catalunha, Sandro Rossel e Josep Bartomeu respondem por fraude na assinatura do contrato.

A Justiça de Madri vê indícios de irregularidade no contrato firmado entre Santos e Barcelona por 17 milhões de euros. A DIS tinha direito a 40% da venda.

“De forma que foi percebido que o Santos recebeu do Barcelona quantidade superior a 17 milhões de euros (...) sem o conhecimento do denunciante [DIS]. Isso não seria apenas um descumprimento civil, mas sim uma possível infração criminal”, informa a resolução.

Os magistrados citam cláusulas que supostamente foram usadas para encobrir o valor real transacionado: o direito de preferência ao Barcelona na contratação de jovens da base santista (no valor de 7,8 milhões de euros), além do amistoso entre as duas equipes (4,5 milhões de euros).

Esses acertos paralelos à venda de Neymar são manobras para evitar o repasse real dos direitos econômicos, acredita a Justiça espanhola. A DIS estima que a transação de Neymar superou os 90 milhões de euros.

Para reforçar a denúncia de que foi enganado na transação, a DIS apresentou ofertas muito superiores feitas por Manchester United, Chelsea, Bayern de Munique e Real Madrid. Todas elas foram acima dos 17 milhões supostamente oferecidos pelo Barcelona.

De acordo com o jornal Marca, a polêmica negociação de Neymar ganhou corpo em Madri porque é na cidade que são julgados os casos de infrações de residentes espanhois em território estrangeiro.   

A defesa de Neymar alegava que o processo não precisaria correr na Justiça espanhola pela similaridade com a ação em Barcelona, pois nos dois casos os documentos usados são os mesmos.

 

Em Barcelona, Rossel e Bartomeu são considerados réus e poderão pegar até sete anos de prisão.