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Dorival admite chateação com o Palmeiras por causa de promessa não cumprida

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

01/11/2015 06h00

Santos e Palmeiras iniciam neste domingo, às 17h (de Brasília), na Vila Belmiro, uma série de três jogos decisivos entre os dois clubes - um pelo Campeonato Brasileiro e dois pelas finais da Copa do Brasil. Para o técnico Dorival Júnior os confrontos têm um "sabor especial", já que o treinador foi demitido do time alviverde após escapar do rebaixamento para a Série B do Brasileirão no ano passado.

Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, Dorival alega que não guarda mágoas do clube da Capital, mas revela que ficou muito chateado por causa de uma promessa não cumprida do presidente Paulo Nobre.

Dorival Júnior lembra que abriu mão de importantes cláusulas contratuais por confiar que Nobre atenderia a sua única exigência para assinar com o Palmeiras em 2014 - iniciar o planejamento do clube na temporada 2015. Dorival foi demitido e, seu sucessor, Oswaldo de Oliveira, recebeu mais de 20 reforços no início deste ano. Hoje, o Palmeiras é comandado por Marcelo Oliveira, contratado para a vaga de Oswaldo, também dispensado.

"A única coisa quando fiz o contrato, o presidente estava em véspera de eleições, e o presidente me pediu uma série de fatores em relação a valores, multa, prazo de contrato, multa contratual. Eu apenas coloquei que só viria para o Palmeiras se pudesse montar a equipe em janeiro (2015). Foi o único pedido que fiz, pois a situação seria muito difícil, nunca escondi, pelo momento que vivíamos, pelo elenco que foi montado e as dificuldades naturais de uma final de competição. Ele me garantiu que isso aconteceria. Só por esse lado (mágoa)", afirmou Dorival ao UOL.

"O restante é uma entidade de que tenho admiração, carinho e respeito, respeito muito grande mesmo. Aquele episódio me desagradou, mas foram dois, três meses. Isso nunca mais vai acontecer na minha vida. Respeito à atitude que foi tomada, mágoas de maneira nenhuma, mas logicamente eu fiquei muito chateado. Mas a vida segue...", completou.

Dorival Júnior se apresentou oficialmente como técnico do Palmeiras no dia 3 de setembro de 2014 para substituir o argentino Ricardo Gareca e com a missão de não deixar a equipe cair para a segunda divisão do Brasileiro. Em pouco mais de três meses de trabalho, ele acumulou seis vitórias, cinco empates e nove derrotas, com aproveitamento de 38,3%.

Inclusive em entrevistas antes de ser reeleito à presidência do Palmeiras, o mandatário afirmou publicamente que ficaria com Dorival independentemente se o time caísse ou não para a Segunda Divisão.

O que deixou o ex-comandante do Palmeiras ainda mais triste foi o fato de o atual presidente nem comparecer à reunião de demissão. Foram enviados Genaro Marino e Maurício Galliote, que são vice-presidentes.

Agora, o Palmeiras terá que enfrentar um Dorival Júnior bastante eficiente no Santos. São 14 vitórias consecutivas na Vila Belmiro sob o comando do técnico dispensado por Paulo Nobre no ano passado. Desde que voltou ao alvinegro praiano neste ano, Dorival conquistou 19 vitórias e quatro empates. Foram apenas quatro derrotas.