Topo

Tentativa de ajuda a time sem estádio causa bate-boca em reunião na FPF

Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF, se irritou com insinuações - Keiny Andrade/Folha Imagem
Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF, se irritou com insinuações Imagem: Keiny Andrade/Folha Imagem

Danilo Lavieri e Luis Augusto Simon

Do UOL, em São Paulo

06/11/2015 10h43

A discussão sobre excluir ou não o Água Santa da Série A-1 do Paulista causou bate-boca e comoção na reunião entre presidentes de clubes na última quinta-feira (5), na sede da FPF (Federação Paulista de Futebol).

Na tentativa de evitar a exclusão da equipe de Diadema, quase todos os dirigentes presentes no Conselho Técnico se uniram em busca de sugestões para driblar o problema. Explica-se: o time da região metropolitana de São Paulo não tem um estádio pronto em sua cidade com a capacidade para 10 mil pessoas. Esse é um dos requisitos mínimos para todos os times da elite do futebol paulista. Ele está em construção e custou cerca de R$ 10 milhões. 

Mesmo para alugar um estádio alternativo, o Água Santa precisaria registrar na FPF um palco de jogos em sua cidade com a capacidade de 10 mil pessoas. Na noite da última quinta, às 19h08, o time entregou os laudos na sede da entidade e, agora, aguarda análise para confirmar a sua vaga na elite. 

Em meio às sugestões para driblar o problema antes mesmo da entrega dos laudos, um dos presidentes de um clube grande afirmou que, no passado, outros times já tiveram o mesmo problema e receberam uma “ajudinha”. Na ótica dele, o Água Santa mereceria ter o mesmo benefício.

A frase revoltou o presidente da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos, que levantou o tom de voz imediatamente para rebater a acusação. O dirigente afirmou que na sua gestão ele não toleraria nada que estivesse fora do regulamento e que, a partir de agora, tudo seria “preto no branco”. 

A imagem da entidade que preside tem sido uma das principais preocupações do dirigente em todos os eventos em que comparece.

O bate-boca seguiu por alguns minutos e acabou com a saída dos representantes do Água Santa da sala. Ao ver que Reinaldo estava irredutível, eles decidiram retornar à sede em busca de documentos comprovando que o estádio estaria pronto para o início da competição, marcado para o dia 31 de janeiro ainda sem tabela definida.

“Faltou ajoelhar e implorar pelo lugar”, afirmou um presente na reunião. “Foi comovente, porque eles subiram na bola, estavam se preparando e a cidade estava em festa. Todos os clubes tentaram ajudar, mas o regulamento precisa ser cumprido para evitar que falem em virada de mesa”, completou.

Antes do Conselho Técnico desta quinta, a FPF questionou quase que diariamente o Água Santa sobre o andamento das obras. Os que viram fotos e foram até o local afirmaram que será impossível ter um estádio construído até o dia 31 de janeiro.

O Água Santa afirmou que já entregou os documentos para a análise da FPF. A assessoria de imprensa da FPF não se pronunciou.