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São Paulo planeja contratar em quantidade para 2016, mas terá de vender

Julia Chequer/Folhapress
Imagem: Julia Chequer/Folhapress

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

07/11/2015 06h00

O plano da diretoria do São Paulo para reestruturar o elenco para 2016 é contratar em grande quantidade. O departamento de futebol trabalhou nos últimos dias pesquisando situações de mercados e preparando uma lista de possíveis alvos para este fim de ano. A estratégia definida é povoar o elenco com mais opções, principalmente no setor defensivo. O problema é que, para completar este objetivo, o clube já sabe que terá de vender atletas para ter dinheiro.

A diretoria avalia que o elenco atual está desfigurado no setor defensivo. Entre junho e agosto, após a chegada de Juan Carlos Osorio, o São Paulo ainda sob o comando de Carlos Miguel Aidar se viu em momento financeiro delicado, no qual chegou a dever quatro meses de pagamentos aos atletas e teve de se desfazer de alguns deles para aliviar o caixa. Os zagueiros Paulo Miranda e Rafael Toloi foram vendidos, e Dória foi embora após o empréstimo porque teve a compra vetada pelo departamento financeiro. Os volantes Denilson e Souza também deixaram o clube. Além do quinteto, o meia Gabriel Boschilia e o atacante Jonathan Cafu foram vendidos, e o também atacante Ewandro foi emprestado ao Atlético-PR.

Depois deste desmanche, as críticas públicas de Osorio e a ameaça de demissão fizeram a diretoria correr às pressas atrás de reforços. A única solução temporária para a defesa encontrada foi Luiz Eduardo, que trocou o São Caetano pelo São Paulo, agradou a Osorio após os primeiros jogos, mas desde a chegada de Doriva caiu muito de rendimento e perdeu a titularidade. Agora, a diretoria entende que é preciso contratar pelo menos mais um zagueiro, um lateral esquerdo e um volante com condições de serem titulares, para que o elenco se mantenha competitivo e para que se conserte o rombo causado pelas saídas em 2015.

O grande obstáculo é que os problemas financeiros do São Paulo se mantêm, e isso já atrapalha o clube no planejamento de 2016. De uma dívida total de cerca de R$ 270 milhões o que realmente compromete o clube são as dívidas bancárias, que totalizam R$ 150 milhões. O São Paulo tem de pagar R$ 8 milhões mensalmente para bancos, entre amortizações e encargos - o valor pago por mês para não deixar a dívida crescer é superior ao custo do elenco de futebol profissional.

Hoje não há dinheiro em caixa para contratar reforços. É por isso que a diretoria sabe que precisará vender atletas com precisão para conseguir rechear o elenco de 2016. A ideia é conseguir uma ou duas vendas de bom valor para que o clube possa contratar maior número de jogadores. As únicas despesas que o São Paulo já sabe que não terá são os salários de Rogério Ceni, Alexandre Pato e Luis Fabiano - a saída do trio fará o clube economizar R$ 1,7 milhão por mês.

Além da ideia de contratar em grande quantidade, cresce no São Paulo a cada dia o otimismo pelo retorno de Diego Lugano. O zagueiro uruguaio de 34 anos hoje está no Cerro Porteño, mas o São Paulo entende que não enfrentará grandes problemas para concretizar a transferência caso de fato tente. Entre a diretoria, o pensamento é de que Lugano daria contribuição muito grande fora de campo, assumindo o posto de líder deixado por Rogério Ceni. Outro jogador nos planos é o atacante Marcelo Cirino, do Flamengo - o São Paulo ainda estuda o complexo caso do jogador de 23 anos para saber se há possibilidade de contratá-lo.