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Em livro, Alex revela ter visto Copa bêbado após ser esquecido por Felipão

Alex já jogou por Coritiba, Palmeiras, Flamengo, Cruzeiro, Parma (Itália) e Fenerbahçe (Turquia) - Divulgação/Coritiba e AP Photo/David Guttenfelder
Alex já jogou por Coritiba, Palmeiras, Flamengo, Cruzeiro, Parma (Itália) e Fenerbahçe (Turquia) Imagem: Divulgação/Coritiba e AP Photo/David Guttenfelder

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

10/11/2015 08h16

"Nunca fui de beber, mas comecei a tomar cerveja e vinho. Passei uns 40 ou 50 dias de loucura. A imprensa falando de Copa do Mundo (de 2002) e eu nem sabendo o que estava rolando. De acordo com o fuso horário da Coreia do Sul e do Japão, os jogos aconteciam de madrugada. Naqueles horários, eu estive bêbado ou dormindo. Eu era um f....".

A revelação foi feita pelo ex-jogador e comentarista da ESPN Brasil Alex, em sua biografia que será lançada nesta terça-feira (10), na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, às 17h. Assinada por Marcos Eduardo Neves, a obra custa R$ 39,90 e foi publicada pela Editora Planeta.

No livro, o ex-meia lembra os difíceis momentos pelo qual passou por não ir à competição em 2002, mesmo vivendo um bom momento na carreira e tendo ouvido diversas vezes que seria convocado. Não à toa, ele afirma que perdoa "o técnico Felipão", mas não "a pessoa Felipão".

Daiane, sua mulher, detalha no livro que perdeu um filho no mesmo dia em que Ricardinho foi o escolhido pelo treinador para substituir Emerson, cortado por lesão. Mais tarde, o treinador tentou se desculpar pessoalmente com ela, mas não obteve sucesso. 

O ex-camisa 10 ainda pondera que uma briga em 2000 com um chefe de delegação da seleção olímpica pode ter influenciado para não ter sido chamado. Um de seus amigos ouvidos ainda lembra: "O Alex não consegue nem ouvir a música que embalou a seleção, a "Deixa a vida me levar", do Zeca Pagodinho".

Como não poderia ser diferente, Alex fala da trajetória de sucesso que teve no Palmeiras, Cruzeiro e Fenerbahce, de sua idolatria em terras estrangeiras e dos motivos que o fizeram escolher o Coritiba para encerrar a carreira. 

Alex, porém, também relata as decepções que teve na carreira, como as derrotas pelo Palmeiras nas finais do Brasileirão de 1997 e do Mundial de 1999 - com direito aos bastidores das equipes pelas quais passou. Para lembrar do vice no Japão, cita o já falado racha no elenco que teve formação de dois grupos, os mais jovens e os mais experientes. 

Alex ainda comenta sobre a tentativa de Felipão de empurrá-lo para o Botafogo, brigas que foram às vias de fato dentro da concentração da seleção brasileira (presenciadas pela comissão técnica) e o apelido de "Alexotan", que recebeu de um jornalista e atrapalhou parte de sua carreira.

Sobre sua infância, o ex-atleta conta dificuldades, como ter dormido em jornal, e os obstáculos do início de carreira, como jogar no campo que ganhou o apelido de Sapolândia por causa dos bichos que invadiam o local após qualquer chuva. Relembra ainda os momentos de brilho no futsal, a preferência por Flamengo e Corinthians quando jovem, e como se inspirou em Neto como batedor de falta.

Curiosamente, Alex conta que também atuou ao lado de Marcelo Nascimento, que ficaria famoso mais para frente por ser personagem central do filme VIPs - que conta a história de um homem que conseguiu enganar diversas pessoas e empresas para ganhar benefícios e foi preso por isso.

A obra ainda tem entrevistas com personalidades como Ronaldinho Gaúcho, que rasgam elogios a Alex: "Ele é o jogador que eu mais me entendi a vida toda. Não deixo ninguém falar mal dele", afirmou o meia que já foi eleito melhor do mundo.