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Mecenas do futebol do RJ ataca crise, quer romper com Flu e ir para Miami

Marcelo Sadio/Divulgação/Flickr Vasco
Imagem: Marcelo Sadio/Divulgação/Flickr Vasco

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

11/11/2015 06h00

Neville Proa, presidente do Grupo Vitton 44, está revoltado com a crise financeira pela qual o Brasil atravessa. Ele tem sentido no bolso o momento do país e já decretou que encerrará todos os investimentos feitos no futebol para o ano de 2016. Mais que isso, o empresário definiu que irá morar nos Estados Unidos e dará início à mudança a partir de janeiro rumo a Miami.

“Desastroso. Simplesmente isso. Estão acabando com nosso querido Brasil. Estamos fu... O problema não é investir no futebol, é investir em qualquer coisa. Com certeza vai acabar [patrocínios em 2016]”, disse Neville Proa, ao UOL Esporte. “Vou para Miami. Eu vou viajar em janeiro. Eu vou indo e voltando, mas só até vender tudo. Tchau e bênção. Estamos f..., irmão. Adoro Rio, Brasil. Saio chorando. Dolorido. Estou pensando no melhor para a minha família."

Porém, há um problema nos planos de Neville Proa. Sua empresa tem contrato firmado com Fluminense e Vasco até o fim da próxima temporada. O Cruzmaltino, na pessoa do presidente Eurico Miranda, entendeu a situação do empresário e aceitou a rescisão. Já o Tricolor não tem qualquer intenção de abrir mão do documento assinado no início de 2015.

“Esse ano ainda tem contrato com Flamengo, Fluminense e Vasco. Vamos pagar tudo até o fim do ano. Não como deveria. Vamos receber um dinheiro e vou repassar. Para acabar com essa peregrinação. Só me perguntam de Fluminense [com contrato até fim de 2016]. Falam que estão sem dinheiro, mas fizeram investimento legal no Ronaldinho. O camarada não quer p... nenhuma. Quer saber de beber e trepar. Isso é sacanagem”, afirmou.

“O Vasco também tinha contrato até o outro ano, mas o Eurico é um cara de palavra. Entendeu a minha situação e está tudo certo já. No Fluminense negociei com o Pedro Antônio [vice-presidente de projetos especiais], com quem sempre tive uma relação boa. Até agora, quando está fazendo essa sacanagem comigo. Eu não posso ficar até o fim do outro ano. Não tem a menor chance de acontecer isso. Se está ruim agora, imagina ano que vem. Pedi pelo amor de Deus para anularem. Não tenho dinheiro para pagar. Em outubro eu poderia dizer se ia ficar ou não. Eles não quiseram conversar. Fui na camaradagem e aconteceu isso”, acrescentou Proa.

O problema é que a Guaraviton aceitou um novo contrato a partir de outubro, quando passou a divulgar sua marca na manga. Para o Fluminense, essa medida já ativa o documento com vínculo para 2016. E é justamente por isso que o Tricolor não abrirá mão dos seus direitos. Procurado pelo UOL Esporte, Pedro Antônio disse que mantém contato com Neville Proa e que tratará o assunto internamente, como de costume em todas as negociações do clube das Laranjeiras.