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Dúvidas em todos os setores. Dunga repete mudanças e não acha time ideal

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em Salvador (BA)

18/11/2015 06h00

Pressionado após um início ruim nas Eliminatórias, Dunga respirou aliviado e ganhou tranquilidade após a boa vitória por 3 a 0 sobre o Peru na última terça-feira. O jogo na Arena Fonte Nova, no entanto, esteve longe de representar um sucesso completo do trabalho do treinador. Repetindo as mudanças cada vez mais frequentes na formação, o comandante mostrou que terminou 2015 sem achar uma formação ideal.

Após a eliminação na Copa América, Dunga realizou trocas naturais para um time que vinha de um fracasso recente. Nomes como Thiago Silva, Philippe Coutinho, Roberto Firmino, Diego Tardelli, Robinho e Everton Ribeiro perderam espaço.

As mudanças em amistosos e no início das Eliminatórias, no entanto, não pararam. Em quatro jogos oficiais, Dunga utilizou quatro formações diferentes. Fosse por lesão, suspensão ou opção tática, defesa, meio e ataque passaram por diversos testes. Até mesmo o goleiro foi trocado, com Alisson assumindo o posto de Jefferson.

No rodízio promovido pelo treinador, somente Daniel Alves, Miranda, Luiz Gustavo, Elias e William não perderam seus lugares. Até mesmo o intocável Neymar, suspenso pela Fifa após confusão na Copa América, ficou fora nos primeiros jogos.

“No futebol, nada é definitivo. Tem jogo que precisa de finalizador, tem jogo de velocidade. O mais importante é que todos precisam vir prontos para jogar. E em determinado momento, eles vão jogar. A gente estuda adversário, pontos fortes e fracos, e aí colocamos jogadores com determinadas características”, justificou o treinador.

E as coisas podem mudar ainda mais nos próximos compromissos, visto o intervalo sem jogos que a seleção terá. Após a vitória sobre o Peru, o Brasil só volta a campo em março, nas rodadas contra Uruguai e Paraguai pelas Eliminatórias.

Titulares da seleção nos últimos anos, Fernandinho, Hulk e Oscar, por exemplo, precisarão mostrar nos próximos compromissos na Europa que ainda podem ter vagas nas convocações de Dunga.

"Todo mundo sabe que as cadeiras não têm um dono fixo. Tem gente que aproveita e pega, tem gente que não. Vamos sempre observar e dar chance a todos que merecerem", explicou Dunga, em uma frase típica de seu trabalho à frente da seleção.