Topo

'É comum juiz aceitar uniforme', diz presidente da associação dos árbitros

Bruno Thadeu

Do UOL, em São Paulo

18/11/2015 15h54

Um fato curioso chamou a atenção segundos após o apito final de Brasil 3 x 0 Peru. O árbitro colombiano Jose Buitrago recusou uniforme oferecido por Neymar ainda dentro de campo. A prática de presentear juízes com camisa de atletas é “muito comum” no futebol brasileiro. Quem afirma é o presidente da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf), Marco Antonio Martins.

O presidente da Anaf ressalta que existe a recomendação por parte da CBF para que os profissionais do apito não aceitem esses mimos.

“Alguns aceitam [uniformes de times], outros não. É algo muito comum aceitar uniforme de jogador no Brasil. Eu, particularmente, não vejo problema, desde que, logicamente, não haja exposição e que isso não tenha qualquer interferência na atuação em campo”, disse Martins, ao UOL Esporte.

“Alguns árbitros fazem até coleção de uniformes recebidos pelos atletas”, complementou.

Geralmente, os árbitros são presenteados sem alarde pelos clubes brasileiros. Dirigentes não entregam as camisas nas mãos dos árbitros. 

Uniformes de jogadores para presente são colocados por funcionários dos clubes nos vestiários à espera dos juízes. Às vezes, os uniformes são oferecidos pelos times mandante e visitante.

Regularmente os árbitros são avisados pela Anaf sobre o risco de receber uniforme das mãos de dirigentes ou jogadores. O gesto, aparentemente cordial, pode gerar questionamentos negativos.

“Eu entendo que o árbitro foi correto em recusar o uniforme do Neymar. O Neymar apanhou o jogo inteiro e pode ter tentado entregar a camisa para o árbitro como forma de reclamar em tom irônico. Não se sabe o que passava na cabeça do Neymar. A recusa evitou que ocorresse mais interpretações”, disse o presidente da Anaf.