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Sem espaço no time, Kaká perde também preferência de fãs na seleção

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em Salvador (BA)

18/11/2015 12h00

Melhor do mundo em 2007 e referência nas Copas de 2006 e 2010 – além do título conquistado em 2002 –, Kaká está longe de ser o jogador que comandava o meio de campo da seleção brasileira em outros tempos. Aos 33 anos, o meia do Orlando City é apenas mais uma peça no time de Dunga.

E entre os 23 jogadores, aparece na parte final da lista, entre os que nem entraram em campo nos jogos contra Argentina e Peru pelas Eliminatórias da Copa do Mundo 2018. O cenário mostra que o ciclo com a “amarelinha” está perto do fim e que a presença nas próximas convocações é pouco provável. O que impressiona, no entanto, é que o prestígio não diminuiu apenas dentro de campo.

Ídolos das meninas e símbolo da seleção durante quase uma década, Kaká perdeu a preferência. Se já não bastasse a histeria das “Neymarzetes” com o craque do Barcelona, David Luiz e Hulk também ficam na frente na lista dos novos queridinhos.

“Eu já ouvi falar muito dele, mas só estou aqui mesmo por Neymar e Hulk”, resume a pequena fã Renata Ramos, de apenas 13 anos, durante o treino da seleção brasileira no estádio Pituaçu na última segunda-feira.

Kaká passou praticamente despercebido e não foi festejado em nenhum momento pelos quase 400 torcedores que assistiam ao treino.

Na terça-feira, momentos antes do jogo, uma nova realidade para o craque. Com a camisa 22, foi anunciado depois de Hulk, número 21, e viu seu nome ser um dos menos festejados pelo público presente à Arena Fonte Nova. Além de Neymar, o baiano Daniel Alves foi outro que “roubou” um público que antes era quase cativo de Kaká.

Na Argentina, apesar do sucesso internacional, também não foi dos mais festejados. Na capital portenha, David Luiz era quem dividia os holofotes com Neymar.

Se dentro de campo e nas arquibancadas o aproveitamento já não é mais o mesmo, Kaká ainda goza de muito prestígio nos vestiários e corredores de concentrações.

“É uma grande liderança que temos. O grupo é jovem, precisa de exemplos assim”, resumiu o lateral Daniel Alves.

Chamado por Dunga após a Copa América, Kaká participou apenas dos minutos finais do jogo contra a Venezuela, em Fortaleza, na segunda rodada das Eliminatórias.