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Leco cita indignação por 6 a 1 e fala em falta de comprometimento do elenco

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

23/11/2015 16h30

O presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, convocou entrevista coletiva nesta segunda-feira (23), no Morumbi, e fez um pronunciamento sobre a derrota por 6 a 1 para o rival Corinthians, na Arena Corinthians, no último domingo, pelo Brasileirão. Leco chamou o resultado de "desastroso", disse que a goleada causou indignação, afirmou que não vê o mesmo comprometimento em todos os jogadores da equipe, mas citou que não fará mudanças drásticas no futebol, como demitir dirigentes ou afastar jogadores. No fim, o presidente ainda se emocionou ao defender o vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro.

"Eu estou aqui presente para abordar esse momento difícil, traumático e triste da vida do São Paulo, fundamentalmente motivado pelo resultado desastroso de ontem. Que nos causou, assim, da perplexidade à indignação. O São Paulo quer, por sua presidência, expressar o seu sentimento de solidariedade à sua torcida pela profunda tristeza que todos nós estamos vivendo. E que certamente não se relaciona tão somente ao momento circunstancial do jogo de ontem, mas que também tem a ver com uma problemática estrutural, com questões estruturais que nós estamos enfrentando desde algum tempo. O que aconteceu ontem pode ser interpretado como um desaguar, uma consequência, de problemas", falou Leco, antes de citar que não vê o mesmo comprometimento em todos os atletas.

"Por aí passa a ideia também de exigir da nossa equipe uma atitude responsável e de comprometimento que não vemos em todos os integrantes. Depois disso, temos uma certeza, todo meu compromisso de campanha, que reafirmo aqui, de reestruturação, planejamento e transparência será implementado. Precisávamos sentar nas cadeiras para poder avaliar, aferir e projetar tudo aquilo. Tenho confiança", falou. Leco promete reformulação para 2016.

"Que nós vamos pensar numa reformulação de elenco, sem dúvida nenhuma. Se exige uma atitude de comprometimento que não está havendo em todos os jogadores desse elenco. Quero imaginar que isso não seja fruto de desinteresse, ou má intenção, mas de uma certa estupefação de não saber lidar com situações maiores. Vamos reformular, sim", completou.

Leco disse que o São Paulo não tem condições hoje de mexer na estrutura do futebol porque precisa pensar primeiro na classificação para a Copa Libertadores - hoje o clube é quarto colocado no Brasileirão, a dois jogos do fim do campeonato.

"Mandar embora um, mandar embora outro... Medidas exageradas, o São Paulo não está podendo fazer isso nesse momento. Tem que ter seriedade. Não é desestruturando o futebol do São Paulo que nós conseguiremos este objetivo que é qualificarmos para a Libertadores de América. Ela por si só não nos ilude, mas será um passo importantíssimo para o ânimo do nosso torcedor, para nossa autoestima", disse.

O presidente do São Paulo reforçou as palavras do vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro de que o novo treinador, para 2016, deverá ser anunciado ainda nessa semana: "A questão do novo técnico não nasceu ontem, já vinha sendo desenvolvida. Está em andamento, de forma a que nós possamos, se tudo correr bem, anunciá-la até o final da semana". Leco também disse que não há razão para pensar em tirar Gil Guerreiro do cargo: "A respeito do Ataíde, confesso que não tenho entendimento claro das razões por que ele vem sendo alvo e vítima de campanha tão severa quanto à sua gestão à frente do futebol do São Paulo".

"Nós devemos ao Ataíde o fator desencadeante de uma crise...", disse Leco, antes de respirar, emocionado. "Não é só porque ele derrubou o Aidar. Quem derrubou o Aidar foi o próprio Aidar. Ataíde teve um papel desencadeante. Ataíde tem serviços prestados, é reconhecidamente uma pessoa séria e respeitada. Me parece exagerada essa colocação em relação à pessoa dele", afirmou.

O presidente ainda citou características que quer novo técnico: "Ele será um treinador moderno, com uma visão moderna do futebol, posso assegurar, será um treinador com uma capacidade de comando do grupo exigida. Temos experiências passadas que foram exitosas. Ele vai colocar a marca dele e discutir conosco o perfil dos jogadores, a contratação passará por esse aspecto, fazer o futebol de base e o profissional terem uma interligação permanente. Será fundamentalmente competitivo. O perfil do treinador que nós procuramos se coaduna com o que estou dizendo", afirmou.

Leco falou sobre Diego Aguirre e também sobre o zagueiro Diego Lugano. Admitiu que o técnico está entre os cogitados, mas esquivou-se sobre Lugano.

"Eu não farei aqui qualquer tipo de referência específica, individualizada. Diego Aguirre é bem reputado no mercado dos técnicos, pode ser uma das figuras cogitadas, isso sim. Diego Lugano essa figura símbolo, que honra e dignifica o São Paulo. Quando a nossa torcida grita por ele quer raça, valentia, dedicação, e esse problema está nos incomodando. Se ganhar está bom e se perder não faz mal. Não. Não vai ser assim. Se perder vai sofrer. Vai ser assim. E é um sofrer de sentimento. É isso que nós queremos pro nosso São Paulo", disse.