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Advogado de Benzema diz que cusparada não foi para ofender franceses

Defesa do atacante informa que cuspir no gramado é prática comum entre jogadores - Reuters / Stringer Livepic
Defesa do atacante informa que cuspir no gramado é prática comum entre jogadores Imagem: Reuters / Stringer Livepic

Do UOL, em São Paulo

25/11/2015 08h08

O advogado de Karim Benzema, Alain Jakubowicz, apresentou comunicado defendendo o atacante, que foi duramente criticado na França após cuspir durante hino do país. O ato do atleta (escarrar) foi interpretado por sua defesa como um ato comum entre os jogadores, mas sem intuito de denegrir ou ofender alguém.

“[Benzema] está surpreso com a transcendência do caso e com o significado dado a esse ato, que é geralmente uma prática entre os futebolistas. Talvez não foi o melhor momento para realizar esse gesto, mas Karim Benzema quer responder com firmeza a escandalosa interpretação que se está dando ao assunto”.

Depois que a Marselhesa tocou antes da partida, em homenagem às vítimas dos atentados em Paris, o atacante cuspiu no gramado. A cusparada gerou enorme polêmica na França. A ex-ministra francesa Nadine Morano, que esteve no governo entre 2010 e 2012, pediu a exclusão do atleta para sempre da seleção francesa.

Não é a primeira vez que Benzema se envolve em polêmica com o hino francês. O atacante não cantou a Marselhesa antes de jogo da França na Copa do Mundo do Brasil.

Estrela da seleção da França, Karim Benzema, como milhões de franceses, é filho de imigrantes de uma das colônias que o país teve no século 20, a Argélia. E a letra da Marselhesa diz: "Às armas, cidadãos / formai vossos batalhões / marchemos, marchemos! / Que um sangue impuro / banhe o nosso solo."

As palavras são de 1792, uma época em que a França estava dominada por exércitos estrangeiros, contra os quais a Marselhesa invocava sua ira. Mas, na leitura moderna, a expressão "sangue impuro" é interpretada como uma referência aos imigrantes e seus filhos, cujos direitos civis vêm sendo cada vez mais ameaçados com a ascensão de grupos políticos de ultradireita.

Os atentados recentes em Paris, que vitimaram 129 pessoas, aumentaram a ira de grupos ultradireitas contra imigrantes.