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Inter já tem candidato e costura política um ano antes de nova eleição

Piffero venceu Luigi na última eleição, no final de 2014, e já vê oposição se mexer - Jeremias Wernek/UOL
Piffero venceu Luigi na última eleição, no final de 2014, e já vê oposição se mexer Imagem: Jeremias Wernek/UOL

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

27/11/2015 06h00

Ainda falta todo 2016 pela frente, mas a política do Internacional já começa a ter movimentações. O desempenho irregular na atual temporada faz grupos de oposição articularem a corrida presidencial com um ano de antecedência. Já existe candidato declarado, costura por apoio maciço e principalmente: discursos fortes que levam a uma ruptura total do cenário recente no Beira-Rio.

José Amarante, vice de administração na gestão anterior, deflagrou campanha no começo do mês. Ele faz parte de um novo movimento político, intitulado Sócio Deliberativo e que reúne 36 conselheiros.

"Nós já estamos trabalhando nesta ideia. Nas próximas semanas devemos reunir o grupo para apresentar um projeto de gestão e conceito de futebol", conta Amarante.

Além dele, o vice de futebol da última gestão (e que foi derrotado por Vitorio Piffero em dezembro) Marcelo Medeiros deve concorrer. Pedro Afatatto, atual vice de finanças, é o nome mais forte para representar a situação no pleito. Um quarto candidato ainda poderá surgir.

A divisão de grupos e número de cadeiras no conselho será, outra vez, peça-chave no jogo de xadrez eleitoral. Os grupos, espécie de partido político, deverão passar por mudanças na virada do ano. Todos os envolvidos no cenário projetam mexidas.

O atual presidente, Vitorio Piffero, segue oficialmente vinculado ao Movimento Inter Grande - partido que dirigiu o Internacional por quase 10 anos. Mas na última eleição rompeu com os antigos confrades e formou a coligação denominada 'Diretas Sempre'.

O ‘Diretas Sempre’, atual gestão, reúne os movimentos Ação Independente, Convergência Colorada, Mais Inter e União Colorada. Além de votos de conselheiros que apoiam a figura de Piffero no conselho, mas não estão vinculados a nenhum grupo.

A pacificação política, que pavimentou o salto do clube entre os anos de 2003 e 2010, não existe mais. De janeiro para cá, a atual gestão entrou em rota de colisão com os antigos gestores. Quem está agora no poder afirma que as dívidas herdadas foram pesadas. Quem saiu reclama que o discurso é desconstrução e exposição dos antigos dirigentes.

Além dos antigos aliados divididos e de grupos que formaram antigas gestões e procuram mais protagonismo, o Internacional também conta com outras correntes no conselho deliberativo. Os resultados no campo e o empréstimo de R$ 60 milhões são os principais pontos de debate – além do projeto de reforma do Gigantinho e construção de torres comerciais no terreno sul do complexo Beira-Rio.