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Romário ajudou a Fifa contra Del Nero com detalhes até de compra de barco

Alan Marques/Folhapress
Imagem: Alan Marques/Folhapress

Tariq Panja

Da Bloomberg

07/12/2015 17h57

Romário forneceu as provas que levaram a Fifa abrir uma investigação sobre corrupção contra o presidente da associação de futebol do país, Marco Polo Del Nero. Os documentos enviados pelo senador à entidade máxima do futebol incluem até detalhes de um barco adquirido no nome do presidente da CBF e transferência de R$ 1,5 milhão para uma namorada. 

Del Nero foi indiciado entre 16 pessoas na mais recente acusação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que foi divulgada na quinta-feira e ampliou o caso de corrupção no futebol mundial. Horas depois de o indiciamento ter sido revelado, Del Nero anunciou que tiraria uma licença. Ele negou todas as acusações.

O comitê de ética independente da Fifa informou a Del Nero no dia 23 de novembro que tinha iniciado um processo contra ele, disse o porta-voz Andreas Bantel. Ele não quis explicar a base para o processo.

Romário enviou documentos para a Fifa que incluem detalhes de um barco adquirido em nome de Del Nero e a transferência de cerca de R$ 1,5 milhão (US$ 400.000) feitos a uma conta bancária em nome de uma namorada, disseram duas fontes que conhecem o caso, mas que pediram para não serem identificadas porque a informação não é pública.

Um porta-voz da Confederação Brasileira de Futebol disse que não faria outros comentários além do comunicado divulgado na quinta-feira à noite, quando foi anunciado que Del Nero tiraria licença. O gabinete de Romário afirmou em uma declaração que a informação foi enviada à Fifa no dia 11 de novembro e "mostra como Del Nero tinha violado regras éticas". O gabinete não ofereceu detalhes.

A investigação dos EUA agora inclui os três últimos dirigentes do futebol brasileiro. José Marin, que era o dirigente de futebol no país durante a Copa do Mundo do ano passado, estava entre os sete líderes detidos pela polícia em um hotel de luxo em Zurique, em maio. Seu antecessor, Ricardo Teixeira, e Del Nero foram acusados na quinta-feira por crimes que incluem extorsão e lavagem de dinheiro.

Del Nero não saiu do Brasil desde que voltou às pressas ao país um dia depois das prisões em Zurique que capturaram Marin. Não está claro quando o caso da Fifa contra Del Nero será fechado.