Topo

Del Nero é investigado por suspeita de propina na Copa de 2014, diz jornal

Caso é investigado pela Fifa e pode banir dirigente de atividades ligadas ao futebol - Marcelo Sayão-22.out.2015/EFE
Caso é investigado pela Fifa e pode banir dirigente de atividades ligadas ao futebol Imagem: Marcelo Sayão-22.out.2015/EFE

Do UOL, em São Paulo

08/12/2015 09h50

O presidente licenciado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo del Nero, é investigado pela Fifa por suspeita de recebimento de propina na organização da Copa do Mundo de 2014. A informação foi divulgada nesta terça-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo a publicação, os detalhes são mantidos em sigilo pelo Comitê de Ética da entidade máxima do futebol mundial. O órgão alega que não pode divulgar dados para não prejudicar a investigação em torno das denúncias que recebeu de “múltiplas fontes”.

Uma delas seria a CPI do Futebol no Senado, por meio de Romário (PSB-RJ). Coube ao ex-jogador fornecer à Fifa provas que resultaram na abertura da investigação da Fifa. Os documentos incluem até transferências bancárias de Del Nero a uma namorada e a compra de um barco.

O então vice-presidente da CBF teria recebido propina de empresas para facilidade seu acesso ao Comitê Organizador Local (COL), como patrocinadoras ou fornecedoras. Integrante do COL desde 2012, o dirigente fez parte de reuniões que nortearam a organização do torneio no Brasil.

Segundo a investigação, Del Nero teria utilizado laranjas e empresas de fachada para que os pagamentos não envolvessem seu nome. A CBF foi procurada pelo jornal, mas alegou que o dirigente não compareceu à entidade na última segunda-feira. Atualmente ele encontra-se licenciado da presidência da entidade, alegando precisar se afastar para se defender nos processos na Fifa e na Justiça americana.

Não está claro quando o caso da Fifa contra Del Nero será fechado. Uma eventual condenação pode bani-lo de atividades ligadas ao futebol. 

Além do processo na Fifa, Del Nero é um dos 16 indiciados na mais recente acusação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos por cobrança de propinas e gestão corrupta no futebol. Horas depois de o indiciamento ter sido revelado, Del Nero anunciou que tiraria uma licença da CBF. Ele nega todas as acusações.

A investigação dos EUA agora inclui os três últimos dirigentes do futebol brasileiro. José Marin, que era o dirigente de futebol no país durante a Copa do Mundo do ano passado, estava entre os sete líderes detidos pela polícia em um hotel de luxo em Zurique, em maio. Seu antecessor, Ricardo Teixeira, e Del Nero foram acusados na quinta-feira por crimes que incluem extorsão e lavagem de dinheiro.

Del Nero não saiu do Brasil desde que voltou às pressas ao país um dia após as prisões em Zurique que capturaram Marin. Sem comparecer às últimas reuniões da Fifa, o dirigente foi pressionado e renunciou ao seu cargo no Comitê Executivo da entidade, sendo substituído pelo vice-presidente da CBF Fernando Sarney.