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Cruzeiro deixa 1ª Liga por divergência com Kalil. Fla-Flu também pode sair

Gilvan de Pinho Tavares, presidente do Cruzeiro - Wahington Alves/Light Press
Gilvan de Pinho Tavares, presidente do Cruzeiro Imagem: Wahington Alves/Light Press

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

10/12/2015 17h18

O Cruzeiro confirmou, na tarde desta quinta-feira, a sua saída da Primeira Liga. O presidente Gilvan de Pinho Tavares, que também era mandatário da entidade que regia a competição, a princípio marcada para 2016, com clubes de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, foi quem confirmou a ausência do clube de Belo Horizonte na primeira edição.

O cartola não confirmou, mas o UOL Esporte apurou que divergências com Alexandre Kalil, CEO da Primeira Liga, em reunião realizada nas Laranjeiras, há algumas semanas, foi o que motivou a saída do Cruzeiro. A tentativa do ex-mandatário do Atlético-MG em colocar Mário Celso Petraglia, seu amigo pessoal e membro da cúpula do Atlético-PR, como co-presidente incomodou o dirigente cruzeirense.

Gilvan de Pinho ainda revelou que Flamengo e Fluminense também podem deixar o torneio. De acordo com ele, os gastos previstos para as agremiações e divergências em reuniões são os reais motivos.

“Posso confirmar (a nossa saída). O Cruzeiro não vai mais participar da Liga Sul-Minas. Surgiram questões dentro da Liga, que não concordei. As quais os presidentes do Flamengo e do Fluminense também não confirmaram. Não sei se eles vão sair junto com o Cruzeiro, mas existe a possibilidade de eles saírem junto com o Cruzeiro”, afirmou.

Em contato com o UOL Esporte, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello afirmou que ainda está avaliando se o clube sairá da Liga, ou não e que não tomou uma decisão final. Ele também explicou que não conseguiu conversar com o presidente do Cruzeiro para entender as razões da saída e completou dizendo que vai conversar com o Fluminense para que os dois tomem uma decisão conjunta. 

Gilvan ainda completou dizendo que as despesas não podem ser pagas pelos times. “Você não pode fazer um torneio que não tenha televisão para pagar. As despesas não podem ser pagas pelos clubes, sobretudo em um momento de aperto financeiro. Discordamos de coisas que aconteceram na última reunião da Liga e trouxemos para a diretoria do Cruzeiro. Todos nos apoiaram que não é importante disputar um torneio que não seja rentável”, acrescentou.

Gilvan de Pinho Tavares ainda acredita que as mudanças que podem ocorrer na Confederação Brasileira de Futebol no próximo dia 16 de dezembro podem fazer com que haja uma criação de uma Liga Nacional, responsável pela realização do Campeonato Brasileiro.

“O futebol brasileiro caminha para uma Liga Nacional da Série A, da Série B e da Série C e a CBF passe a ser uma entidade que cuide da Seleção Brasileira. Estamos vivendo um momento conturbado. No dia 16, agora, temos uma eleição para a presidência da CBF”, comentou.

“Deve existir uma luz no fim do túnel, que mesmo que ocorra uma eleição, vamos começar lutar para mudar o futebol brasileiro. A gente precisa começar a dirigir o futebol como empresa, não pode ser dirigido de maneira maliciosa. Pessoas de fora não podem assumir coisas como um projeto malicioso”, concluiu.