Topo

Jovens estrelas da seleção sub-15 já estão nas mãos de marcas poderosas

Vinícius Júnior, do Flamengo, e Vitinho, do Corinthians: protagonistas da seleção sub-15 - Arquivo pessoal
Vinícius Júnior, do Flamengo, e Vitinho, do Corinthians: protagonistas da seleção sub-15 Imagem: Arquivo pessoal

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

13/12/2015 06h00

Flamengo e Corinthians. Nike e Adidas. Traffic e Manchester City. Seleção brasileira. 

Vinícius Júnior, flamenguista, e Victor Moura, o corintiano Vitinho, têm apenas 15 anos. Mas, como protagonistas da seleção brasileira que ganhou o Sul-Americano sub-15 na semana passada, ambos já têm papéis assinados com algumas das maiores marcas do esporte mundial. Nos gramados colombianos, eles justificaram o porquê de tanta precocidade. 

Juntos pelo Brasil, Vinícius (6 gols) e Vitinho (7 gols) marcaram mais vezes que todos os adversários brasileiros, exceto a terceira colocada Argentina, com 14. Atacantes da equipe do treinador Guilherme Dalla Déa, ex-São Paulo, encantaram observadores de clubes como Liverpool-ING, Chelsea-ING, Arsenal-ING, Juventus-ITA, Inter de Milão-ITA e Manchester City-ING, entre outros. 

Jogador de alto nível técnico e desenvolvimento físico intermediário, o corintiano Vitinho passou recentemente por um período de intercâmbio no City. A intenção do clube inglês é ter, no primeiro contrato profissional dele com o Corinthians, uma opção de compra estabelecida. Observado desde os 14 anos, estará apto para viver e jogar na Inglaterra quando se tornar maior de idade. Na Colômbia, além do pai, ele foi acompanhado por um funcionário dedicado por seu agente, Nick Arcuri, e por mais um membro do estafe do próprio City. 

A badalação para o rubro-negro Vinícius Júnior também passa longe de ser novidade aos 15 anos. Recentemente, o atacante de potência física e qualidade acima da média protagonizou uma disputa entre seu antigo empresário, Evandro Ferreira (o mesmo de Vagner Love) e a Traffic. Com maior poderio financeiro, a empresa cujo dono é acusado de extorsão, fraude e lavagem de dinheiro pela justiça americana, assumiu a representação de Vinícius. Se juntou à Nike, que já o veste dos pés à cabeça. 

No Flamengo, apesar da pouca idade, o atacante também já não consegue ser apenas mais um. Se reveza, inclusive, entre o time sub-15 e o sub-17. Há explicação: a geração rubro-negra nascida em 2000 é considerada por especialistas como a mais promissora da atualidade entre os clubes brasileiros. No ano passado, por exemplo, conquistou três torneios seguidos de forma invicta, com seu melhor jogador como artilheiro em duas. Na final da tradicional Copa Zico, esse Fla aplicou 5 a 0 no Corinthians. 

Na Colômbia, a CBF fez o possível para, em primeiro lugar, blindar as promessas desejadas por clubes grandes. Empresários e olheiros não tiveram acesso aos hotéis ocupados pela seleção sub-15 e receberam apenas 30 minutos, após cada partida, para realizar contato. Em segundo lugar, o treinador Guilherme Dalla Déa deu espaço para absolutamente todos os 22 convocados. Cada um deles foi titular em pelo menos uma partida do Sul-Americano.

A campanha alcançada pela sub-15 é a mais promissora desde o título de 2007. O Brasil foi campeão invicto, teve o melhor ataque, a segunda melhor defesa, o time mais disciplinado e o goleador do torneio. Com um jogador a menos, aplicou 6 a 0 sobre o Uruguai, e repetiu a dose com 6 a 1 diante do Peru. Jogou com linha de defesa alta e bola no pé desde os zagueiros, com o palmeirense Alan destacado como o dono do meio-campo. Mas o time encantou, principalmente, com Vitinho e Vinícius. 

Há muito pela frente, mas a missão deles está estabelecida: oito anos depois, seguir os passos de Neymar e Phillipe Coutinho, as estrelas que surgiram em 2007 e conseguiram se confirmar no mais alto nível internacional.