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Bauza chega ao São Paulo, analisa reforços e pede conversa com Lugano

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

23/12/2015 12h57

O São Paulo apresentou no início da tarde desta quarta-feira (23) o argentino Edgardo Bauza, 57, bicampeão da Copa Libertadores, como novo técnico. Depois de conhecer o CT da Barra Funda e assinar contrato até o fim do ano pela manhã, Bauza foi apresentado à imprensa. O treinador disse que está fazendo um diagnóstico do elenco para depois apontar reforços.

"A ideia primária é reforçar as três áreas: defesa, meio de campo e ataque. Mas não tem nomes específicos. Temos que tentar não cometer erros, porque acho que não podemos contratar muitos jogadores. Então os dois ou três que puderem ser contratados têm que ajudar muito", indicou.

Entre os possíveis reforços, o nome mais comentado é Diego Lugano, zagueiro de 35 anos e que jogou no Tricolor entre 2003 e 2006. O novo técnico tratou o assunto com cautela.
 
"Diego está jogando em outro time. Quero falar com todos. Sei o que representa Lugano para a torcida e como poderá ser importante, mas minha relação é com os jogadores. Preciso falar cara a cara para que ele me diga que quer voltar ao São Paulo. Sei o que representa e sei o que é. Vamos esperar falar com ele para depois tomar uma determinação", disse.
 
Já o presidente do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, disse que a chegada de Lugano só ocorre se Bauza der o aval para o negócio.
 
"A perspectiva de contratação do Lugano passa por muitos fatores. Passa pela chegada deste homem que é um técnico vitorioso, passa pela apreciação de outras condições como o vínculo dele com outra equipe, por saber se é possível ajustar condições para a vinda. Nada disso está indiferente para nós. Os esforços, as análises, enfim... a apreciação da questão sabedor de que é uma ansiedade e expectativa da nossa torcida, mas não se resolve num simples estalar de dedos."
 
Por Bauza e sua comissão técnica, o São Paulo pagará mais de R$ 400 mil mensais - segundo informado pelo presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o valor é um ligeiramente superior a 100 mil dólares.
 
Adaptação e desafio
 
"Primeiro o que prometo é que no dia a dia vamos melhorar o português para que nos comuniquemos muito melhor. Vamos fazer um esforço para que seja rápido. É primeiro um orgulho poder estar num clube como o São Paulo e ter a responsabilidade de poder dirigi-lo. Para mim é um desafio importante, muito bonito que farei com muita vontade e dedicação, esperando que tenha um final muito feliz. Agradeço pela escolha e a partir de 6 de janeiro vamos começar a trabalhar", falou Edgardo Bauza, que pediu para ser chamado de "Patón".
 
Estilo de jogo
 
"Quando se fala de equilíbrio, fala de tudo. O que eu quero, se uma equipe quer ser a melhor, tem que defender bem. Não é uma ideia louca, é apenas o futebol que se joga hoje. Dinâmica, velocidade e técnica são imprescindíveis. Se querem me chamar de defensivo porque defendo com 11, então sou defensivo. Mas quando temos a bola os 11 atacam. Acho que o São Paulo tem elenco para fazer isso", analisou.
 
"Gosto de coisas de Guardiola, mas gosto de muitas coisas de Mourinho. Suas equipes são equilibradas e eficientes. De Guardiola o que eu gosto é como suas equipes têm a bola e como ele faz disso uma arma muito importante", completou.
 
Diferenças com Osorio
 
"A metodologia de trabalho é diferente, porque o time do Osorio é mais vertical. Eu gosto de trabalhar mais a jogada, mas o trabalho em si é parecido. Eu tomei café e falei muito de futebol com ele. Ele tem um conceito de verticalidade que eu opino outra coisa. Mas esse é o bom desse esporte. Não há uma verdade certa, nem a dele nem a minha"
 
Avaliação do elenco
 
"Desde que nos juntamos com Gustavo, estou vendo vários vídeos do time e acho que tenho já um diagnóstico primário do que foi o time no último campeonato. Mas continuo vendo vídeos, estamos tentando falar com diferentes áreas do clube que têm muito mais conhecimento do elenco, falei com Osorio para tentar entender a opinião dele e o que estamos é falando com as diretorias sobre as possibilidades de tentar reforçar. Não falarmos de nomes. Apareceram alguns, mas o que estamos vendo é quais são as áreas que a equipe precisa fortalecer", disse Bauza.
 
"Com Osorio, sim, estive falando, vou continuar falando com ele e me vai servir de obviamente para ter uma análise muito melhor. Tenho muito boa relação com ele. Vai ser de muita ajuda a opinião que ele tem; Já falamos de equipe, de jogadores, de alguns, vou continuar falando para me nutrir de tudo que possa, como também com outros treinadores."
 
Uso de vídeos
 
"Nos vídeos que estou vendo não vejo só o Sâo Paulo, mas também os rivais. O que vai acontecer também é que São Paulo vai ter todas as ferramentas necessárias para saber como é o rival. Não sou o louco dos vídeos, mas o time sempre vai ver um vídeo do adversário antes de cada jogo. São 20 minutos e nada mais que requerem atenção dos jogadores. É uma parte necessária. Somos 11 contra 11 e acho que os jogadores precisam saber as virtudes do adversário."
 
Apelido "Patón"
 
"Vem da infância. Meu irmão era o Patón grande e eu o Patón pequeno. E no futebol isso virou meu nome, ficou Patón. Se me chamam de Edgardo na rua eu nem percebo."
 
Ausência de Rogério Ceni
 
"A era Rogério Ceni não me contemplou, por um pouquinho. Mas os ídolos são intocáveis. Em algum momento vou me encontrar com ele, e vai me servir muito falar com ele."