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Clubes chineses viram pedra no sapato de times paulistas para montar elenco

Corinthians vem sofrendo com investidas da China; Jadson foi vendido e Elias está perto de sair - Eduardo Knapp/Folhapress
Corinthians vem sofrendo com investidas da China; Jadson foi vendido e Elias está perto de sair Imagem: Eduardo Knapp/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

30/12/2015 06h01

Os clubes chineses entraram com força total no mercado brasileiro e viraram uma pedra no sapato dos times paulistas. Todos os grandes do estado estão sofrendo com o assédio ou tendo contratações dificultadas pelo país asiático. Assim, vêm sofrendo para montar seus elencos para 2016.

O mais afetado pelas altas investidas chinesas é o Corinthians. O principal caso é o do meia Jadson. O clube esperava contar com o jogador na próxima temporada e ficou de mãos atadas diante de uma proposta milionária do Tianjin Quanjian. O clube do Oriente pagou a multa rescisória do atleta no valor de 5 milhões de euros (R$ 21 milhões) e fez uma oferta salarial que, no total, chega a quase R$ 40 milhões em dois anos de contrato.

"Quando o clube aceita pagar a multa, você não tem defesa. Não tem o que fazer", declarou o presidente Roberto de Andrade ao jornal Estado de S. Paulo. "Não teve nem negociação. O Jadson aceitou a proposta, optou por ir e o clube chinês vai pagar a multa rescisória. Os papéis estão tramitando", disse.

Agora, o Corinthians terá que buscar outro atleta para repor a posição e já monitora "três ou quatro jogadores" do futebol brasileiro e do exterior.

Além de Jadson, o Corinthians se vê em outra situação difícil diante da iminente saída do volante Elias por causa de mais uma forte investida dos chineses. A diretoria ainda aguarda uma proposta oficial do Hebei China Fortune e até pensa em tentar segurar o jogador, mas sabe que será difícil competir com os cofres de lá. O próprio Elias já declarou que não vai pensar duas vezes se surgir uma proposta irrecusável.

"O empresário (do Elias) conversou com Roberto (de Andrade, presidente do Corinthians), que iria vir essa proposta muito alta da China, para o clube e para ele. Estamos falando mais de R$ 1,5, R$ 2 milhões. Caso se confirme isso, não tem como o jogador falar não, nem o clube", disse o diretor adjunto de futebol do Corinthians, Eduardo Ferreira, à Rádio Transamérica.

No Parque São Jorge, ainda há a ameaça de ficar sem mais um jogador: o atacante Vágner Love. Apesar de ainda não ter recebido uma proposta, o atleta também está sendo cogitado entre os chineses.

E não é só o Corinthians que vem sofrendo com o assédio. O Santos viu sua principal estrela da temporada, o meia Lucas Lima, pelo menos ficar balançado diante do dinheiro oferecido por times do país asiático. Pelo menos três clubes se interessaram por ele: Jiangsu Sainty, Shanghai Dongya e Hebei China Fortune. 

Lucas, que teve ótimas atuações pelo Santos e foi convocado para a seleção brasileira, sentou para conversar com o pai e preferiu recusar as ofertas porque tem o sonho de jogar na Europa. Mas admitiu que não foi fácil diante do ‘caminhão de dinheiro’ oferecido.

E se os chineses chegaram para ‘roubar’ as joias dos clubes, também tem a fama de linha dura e o poder de dificultar as negociações. O Palmeiras sabe bem disso. O atacante Rafael Marques tem contrato até o dia 31 de dezembro e ainda não conseguiu confirmar sua permanência para 2016, apesar do desejo do clube e do atleta.

Os direitos econômicos dele pertencem ao Henan Jianye, da China, que não quer renovar o contrato de empréstimo e só tem a intenção de vendê-lo definitivamente. O Palmeiras já havia feito uma proposta de compra e chegou a melhorar a sua oferta.

Agora, o clube alviverde aguarda a resposta, mas vem tendo dificuldade para convencer os chineses. O preço estipulado para compra dos direitos do atacante é de US$ 1,5 milhão (R$ 5,9 milhões).

Quem também encara essa linha dura é o São Paulo. A diretoria do Morumbi tem interesse pelo atacante Kieza e vem negociando com o Shanghai Shenxin. O clube chinês só aceita negociar o atleta de forma definitiva e já mostrou que não pretende facilitar. Prova disso é que o Bahia, time que Kieza defendeu em 2015, já tentou uma renovação de empréstimo e fez duas propostas de compra do atleta, mas todas foram recusadas.