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Tricampeonato da São Silvestrinha levou promessa ao São Paulo com 10 anos

Matheus Queiroz (de verde) recebe prêmio de campeão da São Silvestrinha - Arquivo Pessoal
Matheus Queiroz (de verde) recebe prêmio de campeão da São Silvestrinha Imagem: Arquivo Pessoal

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

30/12/2015 06h00

O volante Matheus Queiroz, atualmente com 19 anos, é uma das esperanças são-paulinas para um futuro próximo, em especial para a Copa São Paulo 2016. Mas, muito antes disso, já sonhava em ser jogador de futebol. E foi assim, graças a uma condição física muito acima da média para as crianças de sua época, que ele foi parar no Estádio do Morumbi. 

A história de Matheus no futebol começa em parques e ruas isoladas de Ituiutaba-MG, passa por três títulos em três participações na São Silvestrinha e desencadeia no São Paulo, aos 10 anos. O mais curioso ainda é que tudo isso está interligado. 

"Meu sonho nunca foi ser corredor. É que meu pai me preparava fisicamente para jogar o futebol de campo, para ganhar velocidade. E foi assim que recebemos o convite para eu correr a São Silvestrinha", conta Matheus Queiroz ao UOL Esporte.

Realizada pela Fundação Cásper Líbero, assim como a São Silvestre, a prova tem diferença importante em relação à edição adulta. A São Silvestrinha não é uma prova de longa distância, mas sim de velocidade. E foi assim, aos 7, aos 8 e aos 10 anos que Matheus Queiroz conquistou suas três medalhas na prova em São Paulo. "Eram 100, 150 garotos que competiam. E aos 9 anos, não ganhei porque eu não fui", explica. 

Ao se sagrar bicampeão da prova de 100 metros, Matheus conheceu um conselheiro são-paulino que propôs um teste para o garoto veloz. Mas, aos 8 anos, ainda era muito cedo para pensar nisso. Seu Oliveira, como é conhecido o conselheiro, então prometeu: guardaria o telefone do atleta mirim e faria contato no futuro. Foi o telefonema que mudou a vida da família Queiroz. 

"Um ano e meio depois, ele ligou atrás de mim. Nos surpreendeu muito. Fomos ao Morumbi, fui com um amigo meu porque não tinha condições financeiras, mas ele trouxe a gente. Em 20 minutos, fui aprovado. Depois, durante mais ou menos dois anos e meio, fui monitorado até me alojar no São Paulo com 12 anos", relata Matheus Queiroz. 

Remanescente da geração que teve Boschilia, Ewandro, Auro e Lucão como maiores destaques, o volante permanece na base são-paulina até hoje, sempre como titular. A cabeça boa, o bom passe e a capacidade de trabalhar com as duas pernas já renderam, em Cotia, comparações a Hernanes. Agora como um dos mais experientes dos juniores, Queiroz se prepara para a última Copa São Paulo da carreira depois de ganhar a Copa do Brasil sub-20 e o Brasileiro sub-20 disputado no Rio Grande do Sul. Com 41 partidas, foi o mais utilizado do ano na categoria. 

Curiosamente, a formação como meio-campista fez de Matheus Queiroz um jogador de mais qualidade técnica, que não depende tanto da velocidade para se impor. Mas ele assegura: "nos testes de velocidade que fazemos, até hoje fico entre os primeiros. Se precisar de velocidade, eu uso".

Nesta reta final de seu período nas divisões de base, ele só espera a possibilidade de retribuir tudo o que o São Paulo fez em sua vida desde os 12 anos.

"Foi o clube que me criou. Foi quem, com minha família, me deu educação, escola particular, toda a estrutura que eu tenho foi o São Paulo que me deu, em termos de me formar um homem. Eu convivia mais com as pessoas do clube do que com minha família. Essa minha juventude foi toda lá dentro".