Topo

Queima de arquivo e roubo de US$ 525 mil na Conmebol? Cartola acusado nega

Fachada da sede da Conmebol; sede teria sido invadida para "queima de arquivo" - Xinhua/Luciana Granovsky/TELAM
Fachada da sede da Conmebol; sede teria sido invadida para "queima de arquivo" Imagem: Xinhua/Luciana Granovsky/TELAM

Do UOL, em São Paulo

31/12/2015 14h28

Há dois dias, o jornal paraguaio ABC Color publicou que Gorka Villar, diretor-geral da Conmebol, teria invadido a sede da entidade à noite para se apossar de documentos comprometedores e US$ 525 mil. Nesta quinta, o cartola veio a público para negar a informação.

“É completamente falsa a afirmação de que tenha ocorrido qualquer irregularidade em relação aos arquivos da Conmebol, como descrito equivocadamente pelo Diario ABC Color. Não roubei nem queimei arquivos, atitudes que não combinam com meu caráter, minha história e minha trajetória na vida e no futebol”, disse Gorka Villar, em comunicado distribuído à imprensa brasileira.

A invasão teria ocorrido há 15 dias, em um fim de semana. Villar é acusado de extorsão de clubes uruguaios e foi intimado a depor sobre o assunto dias depois da suposta invasão. Na visão do ABC Color, a manobra do cartola seria “uma 'limpeza' de evidências das numerosas e graves irregularidades que estão sendo investigadas tanto pelo FBI e a justiça norte-americana como pela justiça do Uruguai”.

“Entendi como fundamental fazer este comunicado porque não me foi dado pelo veículo o direito ao Outro Lado, ao contrário do que prega o bom jornalismo, nem são sabidos os interesses do diário em um momento pré-eleitoral na Conmebol”, acusou Villar em sua nota oficial.

Miguel Angel Napout, presidente da entidade até o início de dezembro, foi preso na Suíça pela Justiça norte-americana, acusado de ter recebido propinas relacionadas à venda de direitos de marketing de torneios de futebol na América Latina. Atualmente, a Conmebol vem sendo presidida de forma interina pelo uruguaio Wilmar Valdez.

Villar, diretor-geral, é espanhol de nascimento e filho de Angel Maria Villar, presidente da federação espanhola e vice da Uefa.

Veja a declaração de Gorka Villar na íntegra: 

"Ao contrário do que foi publicado em um veículo paraguaio na última terça-feira, informo que continuo exercendo com absoluta normalidade o cargo de diretor-geral da Conmebol.
Junto com os membros de minha equipe e com os diferentes assessores jurídicos que assistem a entidade, tenho colaborado ativa e decididamente com as investigações judiciais em curso, preservando e colocando à disposição desde o início toda a documentação em posse da Confederação Sul-Americana de Futebol.

Desta forma, é completamente falsa a afirmação de que tenha ocorrido qualquer irregularidade em relação aos arquivos da Conmebol, como descrito equivocadamente pelo Diario ABC Color. Não roubei nem queimei arquivos, atitudes que não combinam com meu caráter, minha história e minha trajetória na vida e no futebol.
Sobre o fato de terem me visto na instituição à noite, esclareço que meus horários de trabalho respondem estritamente às necessidades da entidade, para a qual dedico o tempo necessário para que o futebol sul-americano siga como protagonista.

Em relação à remuneração pelo cargo de diretor-geral, reafirmo que recebo exclusivamente os valores que correspondem, contratualmente, ao exercício dessa função.

Atualmente, todas as operações financeiras da Conmebol encontram-se submetidas a rigorosos controles por meio de serviços independentes de auditoria contratados pela entidade.

Todos esses fatos são comprovados pelo conhecimento e pela participação direta do assessor jurídico, o advogado Alfredo Montanaro, e de toda a diretoria da Conmebol.

Entendi como fundamental fazer este comunicado porque não me foi dado pelo veículo o direito ao Outro Lado, ao contrário do que prega o bom jornalismo, nem são sabidos os interesses do diário em um momento pré-eleitoral na Conmebol.
Sigo à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos e me mantenho totalmente empenhado para colaborar com o crescimento do futebol sul-americano, dentro dos princípios éticos que sempre nortearam meu trabalho.

Gorka Villar
Diretor-geral da Conmebol"