Topo

Jornal: Delator revela R$ 80 milhões de propinas pagas a Teixeira

Ricardo Teixeira é ex-presidente da CBF - Almeida Rocha/Folhapress
Ricardo Teixeira é ex-presidente da CBF Imagem: Almeida Rocha/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

05/01/2016 08h50

Indiciado pelo FBI, Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, teve seu nome citado em uma delação, de acordo com o jornal Estado de S. Paulo. Segundo a publicação, o dirigente recebeu dinheiro por quase de uma década.

Documentos oficiais do FBI obtidos pela publicação mostram que Teixeira recebeu o dinheiro em contas em Zurique, mesma cidade da sede da Fifa. O nome do delator não é publicado no documento e ele apenas é citado como “Cooperating Witness” (testemunha que está cooperando). De acordo com o jornal, ele seria ligado a uma empresa de marketing com sede na América do Sul e filial nos Estados Unidos.

As informações dos documentos indicam que o pagamento foi superior a 20 milhões de francos suíços (R$ 80 milhões) em contas em que ele era o único beneficiário. As propinas teriam vindo da ISL entre 1992 e 2000.

O investimento feito pela empresa, que quebrou em 2001, era pelo fato dos norte-americanos acreditarem que Teixeira seria o “próximo presidente da Fifa”.

De acordo com o delator, Teixeira teria continuado a receber mais propinas depois de 2000 da parte da testemunha e de outros. O banqueiro suíço Urs Meier, do UBS, também fazia parte do esquema.

As contas de Ricardo Teixeira estavam entre as enviadas pela Justiça Suíça para os Estados Unidos no fim de 2015. Os americanos analisam as movimentações financeiras para uma possível incriminação do dirigente.

Além das contas de Ricardo Teixeira, outras 50 foram repassadas para os EUA. A Suíça ainda bloqueou US$ 80 milhões (R$ 316 milhões) considerados suspeitos.

O valor relacionado a Ricardo Teixeira não tinha sido divulgado, mas o brasileiro já havia sido denunciado pela Justiça dos Estados Unidos em dezembro passado. Além de seu nome, o Brasil ainda teve o nome de Marco Polo Del Nero, presidente licenciado da CBF, citado na denúncia americana.

José Maria Marin, ex-presidente da CBF, está em prisão domiciliar em Nova York depois de ter sido extraditado da Suíça. Ele foi para a cadeia em maio, em Zurique, acusado de participar de escândalos de direitos televisivos da Conmebol.