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Na Bola de Ouro, Neymar é 'herói' de países sem tradição do futebol

Do UOL, em São Paulo

09/01/2016 06h00

No próximo dia 11, Neymar será coroado, no mínimo, o terceiro melhor jogador do mundo. Será a melhor colocação do craque brasileiro no prêmio Bola de Ouro até hoje – o atacante concorre desde 2012. Mais do que sua posição, chama atenção o "colégio eleitoral" do camisa 11 do Barcelona nas premiações anteriores: Neymar já chegou a ser deixado de lado até por brasileiros, mas é uma espécie de 'herói' de países com pouca expressão no futebol.

A lista de capitães e treinadores que votaram no brasileiro nos últimos três anos é, digamos, inusitada. Na eleição de 2014, por exemplo, não teve o voto de Felipão, que o treinou na seleção brasileira. Em compensação, foi o escolhido para melhor do mundo por Luvu Talalelei, capitão do time de Samoa Americana. A situação peculiar se repete ano após ano...

Neymar foi indicado pela primeira vez à Bola de Ouro em 2012, ainda como jogador do Santos. A votação não foi expressiva – não recebeu nenhum voto para melhor jogador do mundo. Foi apontado por alguns votantes como segundo ou terceiro melhor – quase todos países com pouca tradição no futebol. A lista inclui Malawi, Moçambique, Sri Lanka, Comoros e Vanuatu.

Em 2013 a história mudou um pouco: os capitães de Brunei, Coréia do Norte, Filipinas, Ilhas Salomão e Vanuatu escolheram o brasileiro como o melhor do mundo. Neymar também teve os votos dos treinadores de Brunei, Ilhas Salomão, Vanuatu e da Dominica. O resultado o deixou na quinta colocação, atrás de Cristiano Ronaldo, Messi, Ribery e Ibrahimovic.

O brasileiro sofreu uma queda em 2014 – terminou na sétima colocação. Dessa vez, ganhou o voto de um brasileiro – o atual técnico da seleção, Dunga. De forma já tradicional, manteve seus aliados: o capitão e o treinador da Samoa Americana, o técnico de Bahamas, o comandante de Brunei e um jornalista de Madagascar colocaram o brasileiro na primeira colocação.

Na premiação de 2015, que acontece na próxima segunda-feira, tudo deve ser diferente. Com 17 gols em 22 jogos, Neymar se tornou protagonista, ao lado de Messi e Suarez, e faz grande temporada no Barcelona. Não à toa, pela primeira vez, está ao lado do argentino, colega de Barça, e de Cristiano Ronaldo.

A concorrência com os dois, que dividem o prêmio desde 2008, é bastante complicada, mas a grande fase garante que Neymar baterá seu recorde de votos. Talvez os inusitados países que o acompanham e admiram desde 2012 acabem sendo o fator de desempate na posição do brasileiro na corrida pelo título de melhor jogador do mundo.