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Kardec diz que multa rescisória explica êxodo corintiano para China

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

11/01/2016 11h51

O atacante Alan Kardec concedeu entrevista coletiva nesta segunda-feira, no CT da Barra Funda, e falou sobre o início da segunda semana de pré-temporada sob o comando do técnico argentino Edgardo Bauza, que mostrou pela primeira vez o time que pretende escalar como titular. Durante a atividade, Bauza cobrou organização tática, pouca flexibilidade da formação e parou diversas vezes para dar orientações. Na opinião de Kardec, o argentino começa bem para evitar a exposição de jovens como o zagueiro Lucão, que virou alvo da torcida no fim de 2015.

"Preocupação [defensiva] é total, desde o momento que ele chegou ele passou um vídeo para nós, dos gols que tomamos na temporada passada. E dos gols que tomamos sabemos que muitos poderiam ser evitados. Essa orientação é muito importante. Ele tem feito treinos táticos, mas orientando muito. Não é aquele tático que você solta os atletas e eles ficam correndo. Nós temos jogadores jovens que acabaram ficando muito expostos no ano passado, como por exemplo o Lucão, cobrado até dentro da nossa casa. E tenho certeza que com esse trabalho, com as correções sendo passadas, esses jogadores poderão evoluir", falou Kardec, sobre o companheiro que falhou principalmente no 6 a 1 sofrido contra o rival Corinthians, em Itaquera.

O atacante também falou sobre as vendas do Corinthians para o futebol chinês. Os meias Jadson e Renato Augusto e o volante Ralf trocaram o clube pela China, que também pode ser o destino do volante Elias e do zagueiro Gil - o atacante Vagner Love se transferiu para o Monaco, da França, e o goleiro Cássio fechou com o Besiktas, da Turquia.

"No futebol existem regras e uma delas é a multa rescisória. Quando a equipe chega com o valor da multa e o jogador decide escutar não tem como competir com os chineses. Chega com proposta de dois ou três anos, de não sei quantos milhões... Isso pode significar independência financeira, é muito particular de cada atleta. Cada um tem de responder por si. Estou feliz aqui, tenho sonhos, objetivos e espero alcançar. Quero permanecer aqui. Sei que com essa camisa posso chegar à seleção, virar ídolo da torcida", falou Kardec.

Até aqui o São Paulo conseguiu se defender bem do mercado chinês por ter estipulado altas multas rescisórias nos contratos de seus principais jogadores. Ainda sobre o período de treinos da equipe, Kardec disse que o elenco já está se adaptando ao estilo de Edgardo Bauza.

"Nós vamos aprendendo aos poucos, tem passado muito para nossa equipe estar bastante compacta. Às vezes pega jogadores nos seus mínimos setores, faz grande diferença, posicionamento na hora de marcar. Ele tem parado muito para orientar, então os jogadores estão assimilando. A tendência é que o time cresça nesse período", disse.

O atacante tem meta de gols ambiciosa para 2016 e sabe que carrega grande responsabilidade após as saídas de Luis Fabiano e Alexandre Pato.

"Responsabilidade enorme e natural também.Se tratando do ano que passou fica pra história. Pro presente não podemos usar nada desses gols. Hoje estou recuperado de um ano que passei metade me recuperando, isso foi muito ruim, mas dentro das partida que pude jogar. Se eu tivesse uma média pra colocar seria um gol por jogo, mas isso a gente sabe que é muito difícil, não sei se alguém conseguiu isso dentro do nosso país. Vou trabalhar para fazer o maior número de gols possíveis, mas vou trabalhar pelo coletivo", falou.