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Ex-jogador é morto por policial em perseguição a bandido

Toni jogava na várzea - Reprodução/Facebook
Toni jogava na várzea Imagem: Reprodução/Facebook

Leandro Carneiro e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

14/01/2016 10h38Atualizada em 14/01/2016 13h20

O ex-jogador José Erlanio Freires Alves, de 36 anos e conhecido como Toni, foi morto na madrugada da última quarta-feira. Segundo a polícia, ele foi atingido por disparos durante uma perseguição a um bandido.

A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. O PM Eduardo Pontes de Lima, responsável pelo tiro, está preso.

Em nota, a Secretaria informou que a está investigando o caso e para isso, o policial foi preso em flagrante e levado ao presídio Romão Gomes.

O homicídio aconteceu no bairro Utinga, em Santo André. De acordo com a polícia, Pontes de Lima efetuava disparos contra o assaltante Victor Hugo de Carvalho Silva Dias que acabaram atingindo Toni. Os dois estavam na mesma calçada.


Em sua defesa, o PM alega que não viu a vítima no momento em que efetuava os disparos. O assaltante também morreu.

“Caindo a ficha agora. Cheguei em casa uma tristeza, muitas lembranças. Está sendo duro, ainda bem que meus pais estão aqui. Ele era uma pessoa ótima. Muito difícil aguentar. A gente sente uma dor, não sente facada, sente na alma que está doendo”, disse Vanessa Alves, que era casada com o ex-jogador, ao UOL Esporte.

Casada com ele há 15 anos, Vanessa e Toni deixam quatro filhos, o mais velho com 14 anos e a mais nova com 1 ano e 2 meses. Ao falar sobre o incidente, a mulher lembra ter ouvido os tiros.

“Quando eu ouvi barulho de tiro, peguei celular para ligar para ele. Os tiros vieram de baixo do caminho que ele fazia sozinho. Eu falei meu Deus: ‘acertaram meu marido’. Foi muito tiro”, completou ao revelar que o ex-jogador levou dois tiros no peito.

O ex-jogador foi morto quando esperava carona de José Cornélio Garcia, de 51 anos. Os dois trabalhavam juntos na Auto Metal, empresa de Diadema e sempre iam juntos ao trabalho.

“Ele me esperava todos os dias na divisa de São Paulo com Santo André, perto do posto de gasolina quase em frente ao posto e ontem eu me atrasei, 2, 3 minutos e quando passei no local ele não estava. Sempre passava para pegar ele as 5:30 da manha e como não tinha ninguém eu fui para a casa dele de lá são 2 quarteirões e quando cheguei na casa dele perguntei para a Vanessa (esposa) se ele já tinha saído. Ela disse que sim ele já tinha saído sim, então eu voltei e passei no local e vi um corpo e nem imaginei que era ele, tinha uns carros de policia lá”, afirmou.

“Como volte e vi que ele não estava, imaginei ‘o Zé já foi’. Quando cheguei na fábrica a esposa dele ligou para o pessoal que trabalhava com ele desesperada e disse que precisava falar comigo isso já era pouco mais das 6:20”, completou.


Depois de deixar o futebol profissional, Toni chegou a jogar no futebol de várzea, no clube União Vila Sá. O time publicou um texto lamentando o ocorrido.

“Infelizmente não deu tempo de nos despedirmos de você nosso guerreiro dono da camisa 11, foram tantos jogos, decisões, campeonatos e títulos juntos, que orgulhamos de ter tido você como nosso jogador há mais de uma década, vamos sentir saudades das suas comemorações com a Torcida Gang Da Vila pulando no alambrado e batendo no peito, foram tantos momentos lindos que nada mais justo que nossa camisa 11 ser aposentada em homenagem a você Toni...Torcida Gang da Vila e toda a comunidade da Vila Sá sentirá muitas saudades de você, olhe por nós ai de cima e ilumine os caminhos do nosso Vila...afinal você foi e sempre será o nosso Toni camisa 11”, disse o clube.