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Felipe ainda sonha com Corinthians. E Bragantino pode ser trampolim de novo

Juliana Alencar e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

21/01/2016 06h00

Ex-goleiro de dois dos maiores clubes do país, Felipe tinha apenas 25 anos quando deixou o Corinthians. Sua passagem pela equipe esteve longe de ser apagada: participou da campanha da volta à série A do Brasileiro em 2008 e conquistou o Paulista e a Copa de Brasil de 2009. Mas nem tudo foram flores. E depois de sair brigado e defender o Flamengo, onde também teve problemas, hoje está de volta ao Bragantino.

Mas Felipe, hoje com 31 anos, acredita que ainda terá uma nova chance uma equipe grande. E de preferência no Corinthians ou Flamengo.

"Eu ainda vou chegar novamente num grande clube de ponta e me firmar", afirma. O goleiro, aliás, não crê que um retorno ao Corinthians seria problemático. "Muitos criticaram a minha saída, mas outros me apoiaram. É difícil lidar com a emoção do torcedor. Futebol é momento".

A questão no Corinthians foi a forma como saiu. Felipe protagonizou um bate-boca com o então presidente do clube, Andrés Sanchez. Passados quase seis anos, o jogador faz um mea culpa sobre seu comportamento no episódio que culminou com a saída do clube paulista.

"Todo mundo errou um pouco, não vou falar que está todo mundo certo ou todo mundo errado. Poderia ter feito diferente, o Corinthians poderia ter feito diferente, as pessoas que me instruíram poderiam ter feito diferente", conta, citando como uma negociação frustrada com o Genoa fez azedar a relação entre as duas partes.

Na época, Felipe se empolgou com uma suposta proposta do clube italiano e pediu para se ausentar da pré-temporada para estudar a oferta. O problema é que o Genoa desistiu do atleta, e Sanchez, irritado com a postura do goleiro, resolveu afastá-lo da preparação para o ano com os outros jogadores. A medição de forças acabou virando uma novela, com o atleta convocando entrevista coletiva para reclamar da situação.

"Se eu tivesse na mesma situação hoje eu ia sentar, conversar e não da forma que foi, porque acaba manchando uma história legal. Na época pesou muito a minha idade, muita ansiedade. Eu sempre fui um cara que teve as próprias opiniões. Um dos poucos momentos que eu não tive, acabei fazendo uma coisa da qual hoje eu me arrependo bastante", diz ele, dividindo a responsabilidade com o seu staff. "O ponto chave foi a briga na TV. O que sinto mesmo não foi a saída do Corinthians e sim da forma que foi".

O episódio foi um dos momentos polêmicos da carreira do goleiro, que, anos depois, seria afastado do Flamengo pelo mesmo técnico que o levou ao clube carioca, Vanderlei Luxemburgo. O treinador pediu a cabeça do atleta quando retornou ao clube em 2014, dois anos após ser demitido. Uma, segundo ele, retaliação por uma fofoca surgida na demissão. Na ocasião, Felipe teria participado de uma festa em comemoração pela dispensa dele. Ele nega a história.

"Fico chateado quando falam que eu comemorei a saída dele. Jamais eu ia comemorar a saída de um cara que bateu de frente praa me trazer", diz. "Acabou sobrando apra mim. Quando ele retornou ao Flamengo, no outro dia eu estava treinando à parte e rescindi com mais um ano de contrato".

Por ora, o momento de Felipe é o Bragantino. "Tenho contrato até dezembro deste ano, é a casa que me projetou há 10 anos. Depois de tanto tempo sem eu atuar, o Bragantino abriu as portas novamente. Vou tentar retribuir dentro de campo."