Topo

CBF notificará Fifa e Conmebol por realização da Primeira Liga

Secretário Walter Feldman articula com depto. jurídico da CBF uma notificação à Fifa - Carlos Cecconello/Folhapress
Secretário Walter Feldman articula com depto. jurídico da CBF uma notificação à Fifa Imagem: Carlos Cecconello/Folhapress

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/01/2016 19h08

Apesar do tom conciliador adotado em comunicados e declarações oficiais, a CBF levará o imbróglio com a Primeira Liga ao conhecimento de Fifa e Conmebol. Inicialmente, a Confederação diz apenas ter a intenção de se consultar com as entidades internacionais sobre a realização de tal torneio.

A ideia é ter um respaldo das duas entidades sobre o melhor jeito de proceder diante da iminente realização de um torneio que não foi considerado oficial.

Dirigentes da CBF confirmaram à reportagem que a ação, por enquanto, não tem intenção de punir os clubes, mas apenas resguardar a própria Confederação de problemas futuros.

"Queremos reforçar apenas a questão do diálogo. Repito: não queremos guerra ou punições. Ainda acho que existe saída. Porém, ao mesmo tempo, precisamos ter informações da Fifa e da Conmebol. Entraremos em contato com ambas as entidades, sim", explicou o secretário-geral da Confederação, Walter Feldman, rechaçando o título de torneio amistoso que a Liga tem utilizado.

"Chamar assim é ilusão. Não é real. Há uma contradição que ficou clara na reunião entre Gilvan [Tavares, presidente da Liga] e Rubens [Lopes, presidente da Ferj]. Estamos propondo a Copa em 2017 e amistosos em 2016. Não existe torneio amistoso neste ano com torneio, medalha, classificação, pontos. É algo irreal. Não é legal”, completou o porta-voz da CBF.

Apesar de tentar manter o tom diplomático, a cúpula da CBF, juntamente com presidentes de federações que não apoiam a Liga, tentam intimidar os clubes participantes através do "recado" à Fifa e à Conmebol. Nos bastidores, a ideia é buscar apoio nas duas entidades internacionais para brecar a realização do campeonato em 2016.

A "guerra", porém, ainda não assusta tanto os clubes da Liga. Os principais líderes da competição reafirmaram nesta terça-feira que não vão recuar na ideia de disputar o torneio.

"Nós estamos amparados pela Lei Pelé, que garante nosso direito de jogar a competição. O estatuto [da CBF] é que é ilegal, pois contraria a Lei Pelé", disse o vice de futebol do Fluminense, Mário Bittencourt.

Em meio ao imbróglio que aumenta a cada dia, os times entram em campo nesta quarta e quinta-feira para a primeira rodada do campeonato ainda em caráter amistoso.