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Silêncio e dúvidas sobre o Flamengo marcaram longo jejum de Guerrero

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

28/01/2016 07h32

Os 157 dias sem balançar as redes foram um tormento para Paolo Guerrero. Só se esperava nos bastidores da Gávea que o principal jogador do time voltasse a marcar. Os treinos da pré-temporada mostraram um camisa 9 com ânimo renovado, bem diferente daquele que terminou 2015. A mudança foi premiada. Os dois gols na vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-MG chutaram a má fase para longe. O período delicado expôs um peruano com dúvidas sobre o clube e que adotou o silêncio como tática de defesa.

O último tento havia sido marcado em 23 de agosto do ano passado - vitória por 2 a 1 sobre o São Paulo. De lá para cá, Guerrero entrou em campo 12 vezes até fazer o esperado gol. E o atacante não jogou mais por conta da grave lesão sofrida no tornozelo direito.

O problema o abalou. Paolo não voltou a atuar bem até o final da última temporada. O camisa 9 foi questionado e não escondeu a insatisfação. Por diversas vezes, reclamou de dores no local após treinamentos e jogos.

O atacante compartilhou com pessoas próximas a falta de confiança para entrar em campo. Conviver com a dor se tornou comum e foi necessário realizar infiltração para atuar. Ele jamais esteve 100% depois do problema e recuperá-lo era a principal meta da comissão técnica.

Foi neste período que Guerrero esteve em dúvida sobre a sequência no Flamengo. Pressionado pela torcida e tendo de lidar com as críticas, o peruano ficou nas cordas. Acreditava-se nos bastidores que deixaria o clube em caso de uma proposta consistente. Não aconteceu. O atacante optou por recomeçar.

A recuperação da carreira no Rubro-negro foi feita em silêncio. Guerrero evitou entrevistas. Não falou nas férias e tampouco na pré-temporada. O ritual se repetiu após a vitória sobre o Atlético-MG. Os pedidos foram inúmeros, mas o atacante se manteve irredutível. Boca fechada e poucos sorrisos. Coube ao técnico Muricy Ramalho elogiá-lo e torcer por uma boa sequência em 2016.

“Ficamos contentes. Ele não desistiu e brigou o tempo inteiro. Uma hora o gol aparece. É um artilheiro. O centroavante vive de gols, pode até jogar bem, mas a gasolina dele é o gol. Tomara que com essa confiança possa marcar ainda mais”, encerrou o comandante.