Conmebol anistia clubes e atletas por centenário e ajuda Boca Juniors
A Conmebol anunciou nesta terça-feira uma anistia generalizada a clubes e atletas que enfrentavam punições da entidade, citando a comemoração pelos 100 anos da confederação como motivo.
Um dos clubes mais beneficiados foi o Boca Juniors, que havia sido punido com quatro jogos em casa com portões fechados pelos incidentes na partida contra o River Plate, na Libertadores do ano passado, quando torcedores chegaram a atacar jogadores do rival com spray de pimenta. Agora, o time só terá que fazer um jogo sem torcida na Bombonera.
Além disso, os quatro jogos fora de casa que o Boca teria que cumprir sem torcida também foram reduzidos para somente uma partida.
O documento da Conmebol explica que todas as sanções a jogadores foram reduzidas pela metade, enquanto as punições a clubes caíram em dois terços. As penas devem sempre ser arredondadas para baixo.
Não foram contempladas pela anistia as punições decorrentes de doping, agressão física a árbitros, racismo, manipulação de resultados e corrupção. Além disso, os antecedentes disciplinares dos atletas e times anistiados não serão extintos.
Dirigente renuncia em protesto
O vice-presidente do Tribunal de Disciplina da Conmebol, Adrián Leiza, anunciou sua renúncia do cargo em protesto contra a anistia. O dirigente já havia dito que considerava a decisão "ilegítima", afirmando: "se a anistia for votada, não tenho mais nada para fazer nesse lugar. É pouco sério, é ilegítimo, não está nos estatutos e é um tema político".
O assunto da anistia já causava polêmica na entidade sul-americana desde o fim do ano passado, quando surgiu a possibilidade da redução das penas. Na Argentina, por exemplo, houve uma forte pressão para que a punição ao Boca fosse reduzida.
Mais beneficiados
Não foi só o Boca que se deu bem com as punições "aliviadas" pela Conmebol. O goleiro Saja, do Racing, que estava suspenso por um jogo, está agora liberado para enfrentar o Puebla pela pré-Libertadores. Já o atacante Wanchope Ábila, do Huracán, teve seus três jogos de gancho reduzidos para apenas um, e ficará à disposição para a partida de volta contra o Caracas.
Ainda na Argentina, o River Plate também foi beneficiado: o reforço Iván Alonso tinha uma suspensão de dois jogos para cumprir, mas agora só ficará uma partida de fora. E o Rosario Central, que teria que fazer um jogo de portões fechados por causa de uma agressão da torcida ao goleiro Orión, do Boca, na Copa Sul-Americana de 2014, poderá contar com sua torcida já na estreia.
O Rosario também teve a suspensão de um jogo contra o zagueiro Donatti extinta. Já no Uruguai, o Nacional só ficará sem o defensor Diego Polenta por um jogo, ao invés de dois.
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