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Dez anos de Luan no Vasco: das espinhas no rosto ao sonho da Olimpíada

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

03/02/2016 06h00

Quase metade de uma vida no clube. Xodó da torcida, Luan completa em 2016 dez anos de Vasco. O menino que chegou ao Cruzmaltino com espinhas no rosto vindo do interior do Espírito Santo, agora já é um zagueiro reconhecido, considerado “inegociável” por Eurico Miranda e com o sonho de defender a seleção brasileira na Olimpíada do Rio de Janeiro que acontece este ano.

Aos 22 anos, Luan já vive um sentimental nostálgico por conta da marca. Em sua cabeça, passa um filme de quando se transferiu para o clube, com apenas 12 anos, após se destacar na Copa Gazetinha pelo Santa Cruz, da cidade de Vitória (ES), trazido pelo saudoso olheiro Nelson Teixeira.

No Vasco, viveu sua adolescência, morando no alojamento, se alimentando, estudando e se formando no colégio Vasco da Gama, situado dentro de São Januário.

“São boas as lembranças. Me formei ali e fiz muitos amigos. O colégio contribuiu bastante na minha vida e na minha formação. Nunca vou me esquecer desta escola", disse o zagueiro em 2014 ao UOL Esporte.

De contrato renovado até o fim de 2018 após receber uma sondagem do Corinthians, Luan bate muito na tecla da “gratidão” ao Cruzmaltino. Identificado com clube e torcida, ele se diz feliz no Vasco.

“Eu já tive muitos momentos neste clube. Já chorei, ri bastante e fui mais feliz do que triste. Estou aqui para retribuir o que o clube fez por mim. Tenho só que agradecer ao clube, pois através dele já vesti a camisa da seleção brasileira (olímpica). Durante este tempo, já senti saudade da família, da comida da mamãe, mas a gente passa por cima porque pensa no nosso sonho e eu estou conseguindo realizar. Isso me deixa muito orgulhoso”, declarou.

Entre os momentos mais marcantes, Luan destaca o gol da vitória sobre o Flamengo em São Januário pelo juvenil, o título carioca do ano passado, e sua estreia como profissional, onde considera ter ido mal, mas que lhe serviu para amadurecer.

“Aprendi muito quando a gente perdeu para o Bahia aqui na minha estreia como titular no profissional (em setembro de 2012). Foi um dia que me fez crescer bastante, porque eu fui muito mal no jogo”, se recorda.

Sonho olímpico
Valorizado mesmo com o rebaixamento do Vasco no Campeonato Brasileiro, Luan não esconde seu desejo de disputar a Olimpíada. Em março do ano passado, inclusive, ele teve a infelicidade de ser cortado de um amistoso da seleção olímpica justamente no Espírito Santo, sua terra natal. No entanto, disputou o Pan-Americano, em Toronto (CAN), como titular e capitão.

“Sonho com certeza. Uma competição deste tamanho, no Rio de Janeiro, me deixaria muito feliz de representar o Brasil”, disse o zagueiro, que destacou alguns dos que considera com chances de disputar os Jogos:

“Tem muitos aí. O Marquinhos (PSG-FRA), o Dória (Granada-ESP), que é meu amigo particular, o  Lucão e o Rodrigo Caio, do São Paulo, o Samir (Udinese-ITA), o Wallace (Monaco-FRA), eu... (risos). Tem muita gente. É difícil. Tem uma galera muito boa, mas todo mundo é amigo e se respeita. Ficarei muito honrado se for, mas se eu não for, estarei torcendo. Que eles ajudem nosso país a crescer novamente no cenário mundial”, disse.