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Fifa congela repasse de verba à CBF por corrupção, diz jornal

Del Nero, presidente licenciado da CBF, é acusado de corrupção pela Justiça dos EUA - Marcelo Sayão-22.out.2015/EFE
Del Nero, presidente licenciado da CBF, é acusado de corrupção pela Justiça dos EUA Imagem: Marcelo Sayão-22.out.2015/EFE

Do UOL, em São Paulo

28/02/2016 09h10

No epicentro da crise de corrupção que assola o futebol, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) não estaria mais recebendo repasses de verba da Fifa. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo, que aponta uma reforma geral na entidade tupiniquim como premissa para que o dinheiro volte a ser enviado.

O congelamento do repasse não teria nenhuma ligação com o novo presidente, Gianni Infantino, eleito na última sexta-feira. Com a reforma de suas leis internas, a Fifa limitou o poder do mandatário sobre o comitê de auditoria independente, que está investigando os casos de corrupção no esporte.

Com um ex-presidente (José Maria Marin) cumprindo pena nos Estados Unidos e outros dois, Ricardo Teixeira e Marco Polo del Nero, acusados de receber propinas no processo que corre na Justiça americana, a CBF é uma das entidades que estão na mira da Fifa. Segundo O Estado de S. Paulo, outras entidades afetadas pelo escândalo, como a Concacaf (Confederação da América do Norte e Central), já iniciaram um processo de reforma, enquanto nada foi feito no Brasil.

A decisão da Fifa impacta no chamado legado da Copa. Em 2014, a entidade prometeu repassar ao Brasil US$ 100 milhões dos lucros que teve com o Mundial com o objetivo de fomentar o esporte no país. Até agora, no entanto, só US$ 8 milhões chegaram ao país, e o comitê de auditoria independente espera usar esse valor para persuadir a CBF a fazer uma reforma.

Além da CBF, a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) também não está recebendo os recursos. Segundo o jornal, Alejandro Dominguez, presidente da entidade continental, foi questionado diretamente por membros da Fifa sobre as reformas necessárias e não deu uma resposta satisfatória. A estimativa é que, neste caso, cerca de US$ 10 milhões por ano deixem de ser repassados.