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Gaviões sugere que violência contra integrantes é retaliação por protestos

Protesto feito pela Gaviões durante jogo do Corinthians no Paulistão  - MIGUEL SCHINCARIOL/ESTADÃO CONTEÚDO
Protesto feito pela Gaviões durante jogo do Corinthians no Paulistão Imagem: MIGUEL SCHINCARIOL/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

04/03/2016 02h32

A torcida organizada do Corinthians Gaviões da Fiel se pronunciou por meio de nota oficial na noite desta quinta-feira (03) sobre a agressão sofrida por integrantes da organizada na última quarta (02), em São Paulo

A nota divulgada no Facebook da Gaviões sugere que a violência aconteceu por "uma retaliação aos protestos" que a torcida do Corinthians vem realizando com a exibição de faixas nos estádios em jogos do Corinthians, "E embora a imprensa e o próprio promotor Paulo Castilho estejam sugerindo um ataque realizado por outra torcida, desconfiamos de tal hipótese", diz a nota.

"Os motivos para tal desconfiança não deve ser mistério para ninguém. Assumimos uma declarada guerra ideológica com setores da sociedade que, apoiados no conservadorismo, não estão acostumadas com a contestação", continua.

"Se em 1969, quando fomos fundados travando uma luta contra Wadih Helú, ex-presidente compromissado com a ditadura militar, fomos repreendidos por capangas, não nos espantaria se a tentativa de repressão fosse implementada novamente, nos tempos atuais", diz outro trecho. 

Confira a nota completa: 

Na tarde da última quarta-feira (2), o presidente e o primeiro secretário dos Gaviões da Fiel foram atacados covardemente, logo após uma reunião com o promotor Paulo Castilho no fórum da Barra Funda. Além dos Gaviões, outras duas torcidas de São Paulo também estavam presentes.

O fato ocorreu no estacionamento de um supermercado, em frente ao Complexo Judiciário Ministro Mário Guimarães. Rodrigo Fonseca quebrou o braço, enquanto Cristiano teve o rosto levemente ralado e o dedo indicador quebrado. Apesar disso, os dois passam bem.

E embora a imprensa e o próprio promotor Paulo Castilho estejam sugerindo um ataque realizado por outra torcida, desconfiamos de tal hipótese.

Os motivos para tal desconfiança não deve ser mistério para ninguém. Assumimos uma declarada guerra ideológica com setores da sociedade que, apoiados no conservadorismo, não estão acostumadas com a contestação.

Se em 1969, quando fomos fundados travando uma luta contra Wadih Helú, ex-presidente compromissado com a ditadura militar, fomos repreendidos por capangas, não nos espantaria se a tentativa de repressão fosse implementada novamente, nos tempos atuais.

A quem possa interessar, os Gaviões da Fiel Torcida reafirma seu compromisso com a luta em prol de um futebol verdadeiramente popular, não aceitando, de forma alguma, qualquer tipo de intimidação moral ou até mesmo física, caso seja esse o caso.

Às autoridades, nos colocamos (como sempre) à disposição dos devidos esclarecimentos sobre os eventos recentes.

Aos torcedores (todos eles), deixamos claro que nossa luta continuará, custe o que custar, pois se nossa história não foi interrompida nos tempos obscuros de pau de arara, não será interrompida nos tempos de mídia independente e democracia de informação.

Contra todo ditador que no futebol quiser mandar, os Gaviões continuarão a reivindicar.