Justiça acata liminar e suspende aprovação de contas da CBF
A Justiça determinou a suspensão da assembleia promovida pela CBF com as federações estaduais para aprovação de contas da entidade. O Tribunal acatou pedido da Federação Catarinense, que entrou com ação na semana passada alegando não ter tido acesso aos comprovantes de receitas e despesas da CBF às contas de 2015.
“Esse exame [comprovantes de despesas de receitas] é essencial para discussão e voto da aprovação das contas daquele período", apresenta documento emitido pela Justiça à CBF.
O encontro para análises das receitas da CBF está acontecendo no Rio de Janeiro. Mesmo impossibilitada judicialmente de aprovar as contas da CBF, a assembleia prosseguirá na sede da entidade para análises de outras pautas. Um oficial de Justiça notificou a CBF nesta manhã de segunda. O jurídico da entidade tentará cassar a liminar para viabilizar a análise do balanço patrimonial.
"Meu argumento é que, em um ano em que um ex-presidente foi preso, e o outro afastado, a CBF nesta situação, não pode fazer uma assembleia de contas no estilo ‘senta e levanta e aprova tudo’", contou Delfim Peixoto, presidente da Federação Catarinense.
"Impediram o acesso aos meus procuradores às contas. Disseram que eu tinha que vir pessoalmente, e agora me deram 24 horas para analisar as contas"
Segundo ele, nenhum dos presidentes de federação viu as contas da CBF. E os presidentes das federações Bahiana, Amazonas e São Paulo concordaram com sua demanda. Quem comandou a reunião e quer aprovar as contas em no máximo 24 horas é o presidente da Ferj, Rubens Lopes.
CBF diz ter dado acesso a documentos
Procurada, a CBF assegura ter permitido que Delfim Peixoto acessasse os documentos, desde que respeitadas regras previamente estabelecidas.
"A assembleia foi convocada no dia 19 de fevereiro e desde então toda a documentação está disponível para avaliação para os presidentes de federação", contou o secretário-geral da CBF, Walter Feldman. "Dois advogados (do Delfim) vieram na sexta-feira. Foi franqueado a eles o acesso com os controller e a diretora jurídica. Eles queriam tirar fotos, mas isso não foi permitido porque na faz parte do regulamento. Eles não queriam estudar."
Desta forma, a alegação da CBF é de que foi dado acesso aos documentos. Mas Delfim e seus advogados dizem que eram 300 caixas de documentos e seria impossível analisar desta forma.
A CBF diz que nenhum presidente de federação além de Delfim se interessou em acessar os documentos da CBF. A entidade vai tentar convencer Delfim a aceitar a analisar as contas em 24 horas e aceitar votação de contas hoje ou vai entrar na Justiça para derrubar a liminar.
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