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Alexandre Mattos explica demissão de M. Oliveira: "Já estava planejado"

Alexandre Mattos ressaltou que trabalho já estava sendo avaliado desde 2015 - Rubens Cavallari/Folhapress
Alexandre Mattos ressaltou que trabalho já estava sendo avaliado desde 2015 Imagem: Rubens Cavallari/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

15/03/2016 15h03

O diretor de futebol do Palmeiras, Alexandre Mattos, explicou a demissão do técnico Marcelo Oliveira após a derrota para o Nacional por 2 a 1, na Libertadores da América.

De acordo com o dirigente, a troca no comando técnico já era cogitada desde o final de 2015, quando a equipe conquistou a Copa do Brasil, mas não vinha tendo atuações consistentes. No entanto, optou-se por trocar algumas peças do elenco e dar mais um tempo para que Marcelo pudesse montar a equipe durante a pré-temporada, mas a evolução esperada não ocorreu e a troca foi inevitável.

“Tudo é planejado, não houve impulsividade. Não foi por um ou outro resultado ruim. Já estava planejado desde o final do ano passado. Nós tivemos a vitória na Copa do Brasil, mas não tinha a satisfação por um futebol bem jogado, equilibrado, que alimentasse outras satisfações, então precisava mudar alguma coisa”, avaliou Mattos, que acrescentou.

“O título não maquiou o trabalho, houve uma mobilização da comissão técnica e dos jogadores. Conseguimos uma mobilização específica para um jogo, jogamos muito bem e conseguimos vencer. A partir daí vem o planejamento. Pensado e organizado. Decidimos manter a comissão. Demos a pré-temporada, para conhecer os jogadores que chegariam. O Marcelo não cairia se o Palmeiras não tivesse ganho a Copa do Brasil. Conversei com ele e disse que ficaria independente do que aconteceria. A partir do momento que começa o ano com elenco formado, ideias já em prática, tempo para trabalhar e a evolução não acontece, aí saiu da roda. Não vinha acontecendo (a evolução) e o Marcelo também sabe disso. Era uma troca necessária”, declarou Mattos, em entrevista ao "Seleção Sportv".

Na opinião do dirigente, o elenco do Palmeiras é forte e dará boas opções para que o técnico Cuca monte a equipe. Segundo o dirigente, o treinador já avaliou a equipe, conhece alguns atletas e tem ideologias que permitirão extrair o máximo do elenco palmeirense.

“O Palmeiras tem um elenco leve, que dá possibilidades técnicas e táticas. É isso que esperamos do Cuca, vem extremamente motivado. O Palmeiras precisa se organizar e equilibrar como equipe. Conversei muito com o Cuca. Temos um elenco numeroso, que tem qualidade, mas que busca um time competitivo para, a partir daí, montar um coletivo forte em que possa aparecer um individual”, salientou Mattos.

Alexandre Mattos também fez questão de rebater as críticas quanto ao elenco numeroso, que atualmente conta com 36 jogadores. De acordo com o dirigente, a quantidade de atletas é condizente com o número de partidas que o Palmeiras poderá disputar na temporada e, neste momento, o que falta é que os atletas saibam a sua posição dentro do elenco.

“O Palmeiras tem um elenco com potencial de ter um time muito forte, que quando encontrar esse time, as coisas vão facilitar pra todo mundo. O jogador precisa saber se é titular, se briga para ser titular, se briga para entrar no banco de reservas, e essa competição fica mais simples. Um pouco mais organizado e podemos brigar por coisas”, ressaltou Mattos, que não descartou a possibilidade de contratar um “camisa 10”, posição carente dentro do elenco alviverde.

“Tem determinadas posições que o coletivo precisa ajudar. Se cobra muito do Alecsandro, do Barrios, do Cristaldo, que não produzem, mas a bola precisa chegar para eles. O coletivo não está produzindo, se o coletivo produzir, aquele 10 que todos imaginam, poderá ser feito através do coletivo. Ainda estamos longe do que imaginamos. Ganhamos alguns jogos no individualismo, peso da camisa, torcida, mas é pouco como projeto organizado, que é o que buscamos, a excelência. Quando o coletivo funcionar, não tenho duvida que vão parar (os pedidos por um meia). Se no mercado aparecer pro Palmeiras, ou para qualquer clube no Brasil, será avaliado”, reiterou Mattos.

Cuca melhor nome para o Palmeiras

De acordo com o dirigente, houve consenso em relação à escolha de Cuca, especialmente por seus bons trabalhos realizados nas últimas equipes que comandou. No clube, há a expectativa que o treinador consiga dar o padrão tático que a equipe não vinha apresentando nas últimas rodadas.

"O trabalho é avaliado diariamente, em uma gestão completa, o futebol é o mais importante. Apesar da felicidade do título, a satisfação estava longe de ser completa nas exibições do ano passado. O Cuca foi o único nome trabalhado, por conhecer o elenco, a característica dos jogadores, e por conhecer um pouco do que o Cuca gosta de implementar. É um casamento que tem tudo para dar certo, mas no futebol não se tem certeza de nada. O Palmeiras busca excelência mesmo errando, pois o Palmeiras errou muito, mas acertou mais que errou. A gente entende, por tudo que conhece do Cuca, por sua personalidade, pelo elenco do Palmeiras e suas particularidades, a gente entende que é o melhor nome para o Palmeiras", projetou o dirigente, que complementou.

 

"Eu vejo que o estilo do Cuca nós todos conhecemos, são vários trabalhos que podemos citar. Aquele estilo de doação dentro de campo, de um jogo bem jogado, de ofensividade, obviamente desta mobilização de guerra, de espírito que envolve torcida. A gente já conhece o Cuca, então espero que a gente consiga (vencer), através de um bom elenco e bons jogadores que precisam se encaixar no coletivo. Esperamos que ele encaixe esse coletivo para que o Palmeiras possa mostrar que está no caminho certo na questão técnica."