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'Camisas 10' brilham com Cuca. Confira os concorrentes à vaga no Palmeiras

Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

16/03/2016 06h00

Ronaldinho Gaúcho, Danilo, Montillo e Lúcio Flávio já brilharam sob o comando de Cuca. Em comum, além disso, está o fato de os meias terem vestido a camisa número 10 quando o treinador esteve à frente de Atlético-MG, Goiás, Cruzeiro e Botafogo, respectivamente. No Palmeiras, o comandante pode repetir a história.

Cuca conta com quatro candidatos à principal vaga no meio-campo ofensivo. O dono da camisa 10 no alviverde, de fato, é Cleiton Xavier, que voltou ao Palmeiras no ano passado, mas ainda não conseguiu uma sequência de jogos — no total, o meia entrou em campo apenas 17 vezes depois de voltar ao clube.

O treinador ainda tem pelo menos três opções para a posição: o argentino Allione, que joga com a camisa 20, além de Robinho, que atua com a 27, e Régis, recém-contratado e dono do número 30.

O trio terá a chance de repetir a história do meia Conca. Com Cuca à frente do Fluminense, em 2009, o argentino brilhou e tornou-se peça-chave da equipe sem a 10 às costas (ele atuava com a 11).

O Palmeiras ainda tem mais dois meias à disposição para o setor: Fellype Gabriel e Moisés, que se recuperam de lesão. Zé Roberto também pode desempenhar a função, apesar de ter atuado sempre como lateral na temporada 2016.

Cuca testa jogadores para a posição

No primeiro coletivo no Palmeiras, Cuca testou Allione, Zé Roberto e Robinho no time. Primeiro, incluiu Allione e Zé entre os 11, no esquema 4-4-2, abertos pelos lados em uma segunda linha de quatro no meio-campo. Na parte final, Robinho ganhou uma chance na equipe, em nova formação, o 4-2-3-1, atuando centralizado na linha de três, com Gabriel Jesus e Dudu pelos lados, mais à frente.

Com Marcelo Oliveira, Allione e Robinho deixaram de atuar centralizados pelo setor e viram Dudu assumir essa posição. Cuca, por sua vez, escalou o meia-atacante aberto à direita nas duas formações.

Antes do primeiro coletivo com Cuca, Robinho concedeu entrevista coletiva e falou sobre a possibilidade de volta à posição, já que Marcelo Oliveira o escalou aberto pela ponta ou recuado no meio-campo, como um terceiro volante. "Acho que ele vai me colocar de meia centralizado. Não parei para pensar, mas acho que vai ser ali", disse.

Robinho também falou sobre a concorrência na posição, principalmente com o camisa 10 do time. Segundo ele, o assunto não foi abordado no grupo, mas certamente haverá briga pela posição central do setor.

"A gente tem um relacionamento, mas não falamos nada de posicionamento. É importante essa volta do Cleiton, é um jogador experiente, já conhece o clube, jogou Libertadores e tem identificação com a torcida. É claro que vai ter de brigar por posição. Será uma disputa sadia. Você sempre fica mais ligado", afirmou Robinho.

Meias são decisivos com Cuca

O primeiro grande trabalho de Cuca se deu no Goiás, em 2003, quando o time escapou do rebaixamento no Brasileirão após uma ascensão impressionante no segundo turno. Naquela ocasião, Danilo comandou o meio-campo da equipe goiana -- a parceria com Cuca se repetiu no São Paulo, nos primeiros oito meses de 2004.
Cuca ainda comandou Lúcio Flávio no Botafogo, no esquema 3-4-3, em 2007. No Fluminense, dois anos depois, uma exceção: Conca brilhou no meio-campo tricolor com a camisa 11 em mais uma recuperação no Campeonato Brasileiro.
No Cruzeiro, em 2010, Cuca optou por uma equipe com três volantes e Montillo, com a 10, à frente do losango. Nessa formação, o treinador levou o time mineiro ao vice-campeonato brasileiro -- o jogador argentino reencontrou o treinador na China, no Shandong Luneng.
O maior título da carreira de Cuca foi conquistado com Ronaldinho Gaúcho no comando do meio-campo, já no 4-2-3-1. Com ele atuando centralizado, o Atlético-MG bateu o Olimpia e ergueu a taça da Libertadores em 2013.