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Fifa diz que Marin, Del Nero e Teixeira só serão cobrados após condenações

Teixeira e Del Nero estão no Brasil, mas são investigados pela polícia dos EUA - Líder/Divulgação
Teixeira e Del Nero estão no Brasil, mas são investigados pela polícia dos EUA Imagem: Líder/Divulgação

Bruno Thadeu

Do UOL, em São Paulo

18/03/2016 12h53

A Fifa informou ao UOL Esporte nesta sexta-feira, por meio de sua assessoria de comunicação, que ainda não tem poder para cobrar indenização a Marco Polo Del Nero, José Maria Marin e Ricardo Teixeira. Os três cartolas brasileiros estão sendo investigados pela polícia dos Estados Unidos, e, portanto, ainda não foram condenados.

Carta da Fifa que fala sobre cobranças a ex-presidentes da CBF - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

A entidade acionou a Justiça norte-americana contra Teixeira, Del Nero, Marin e outros 38 ex-dirigentes da Fifa, pedindo para que seja reembolsada por todos os dirigentes que teriam utilizado dinheiro irregularmente da entidade nos últimos anos. Eles teriam desviado dinheiro da Fifa, cujas cifras superariam US$ 100 milhões.

A Fifa quer reaver o dinheiro subtraído pelos três dirigentes, mas apenas responderão judicialmente aqueles que forem condenados. A Fifa enviou documento à CBF (veja ao lado) destacando que aguardará possíveis condenações para dar prosseguimento ao seu processo. 

“Existe um processo paralelo movido pela Fifa contra esses dirigentes, mas só se tornará válido depois das condenações”, apresentou a assessoria da entidade.

Marin responde a processo por suborno e lavagem de dinheiro e está preso em regime domiciliar em Nova York. Del Nero e Teixeira são investigados e estão no Brasil.

A Fifa quer que os três cartolas brasileiros devolvam US$ 5,3 milhões (R$ 19,2 milhões). Teixeira teria utilizado indevidamente US$ 3,5 milhões (equivalente a R$ 12,6 milhões) de recursos da Fifa; Del Nero teria usado indevidamente US$ 1,67 milhão (equivalente a R$ 6 milhões); Marin teria usado irregularmente US$ 114 mil em recursos da Fifa (equivalente a R$ 413 mil) .

Na condição de "instituição vitimada", a Fifa apresentou pedido de restituição ao Departamento de Justiça em Nova York, alegando ter sofrido danos de ex-funcionários e de dirigentes indiciados na investigação feita pelo Departamento de Justiça norte-americana. O governo dos EUA confiscou US$ 190 milhões em ativos dos dirigentes.

A Fifa pretende reaver os salários e gratificações concedidos aos dirigentes investigados.

"Os réus abusaram de seus cargos de confiança que tinham na Fifa e outras organizações do futebol e causaram sérios prejuízos. O dinheiro que eles embolsaram pertencia ao futebol mundial e foi feito para promoção e desenvolvimento do futebol. A Fifa quer que esse dinheiro de volta e estamos determinados a obtê-lo, não importa quanto tempo levar", destacou o presidente da Fifa, Gianni Infantino. 

Documento apresentado pela Fifa informa que Marin, Del Nero e Teixeira, entre outros dirigentes, adotavam procedimentos parecidos para faturar de maneira ilícita. Os dirigentes recebiam por fora para fechar contratos de transmissões de diversas competições esportivas nas Américas, incluindo Copas do Mundo, negócios que envolviam agências de marketing.