Como Cuca mudou o Palmeiras em oito jogos. Entenda a estratégia do técnico
Cuca chegou ao oitavo jogo à frente do Palmeiras no último domingo, na vitória por 2 a 1 sobre o Mogi Mirim. Após uma série de quatro derrotas seguidas nos primeiros jogos, o treinador conseguiu levar o time a um período de estabilidade.
No Campeonato Paulista, por exemplo, o Palmeiras se classificou às quartas de final depois de ser lanterna do Grupo 2 — nessa reabilitação, a equipe venceu o Corinthians por 1 a 0. Na Libertadores, o time alviverde ganhou sobrevida ao arrancar um empate por 3 a 3 com o Rosario Central na Argentina.
Nas duas ocasiões, Cuca mudou o esquema tático do Palmeiras, adequando-se ao adversário. Diante do Corinthians, o treinador conseguiu anular as principais jogadas de ataque do rival. Para isso, escalou o time no 4-4-2 contra o famoso 4-1-4-1 de Tite.
Contra os argentinos, apenas três dias depois, Cuca mudou a disposição dos atletas em campo ao escalar três zagueiros, no 3-4-1-2. Com isso, o comandante palmeirense neutralizou as investidas dos dois atacantes.
Linha de quatro no meio-campo ajuda em dois aspectos
Cuca estreou no Palmeiras no dia 17 de março, contra o Nacional, no Uruguai. Naquela oportunidade, o treinador implantou o 4-4-2. Pouco mais de duas semanas depois, ao variar entre o 4-1-4-1 e o 4-2-3-1, o treinador voltou a escalar duas linhas com quatro.
A ideia era neutralizar as principais peças corintianas. Como complemento, Arouca e Gabriel exerceram marcação individual em Elias e Guilherme, respectivamente. Ao fim do jogo, Cuca elogiou a postura do time.
"Trabalhamos saída de bola, infiltração dos dois meias-pontas para passagem dos laterais. O time jogou bola. Faltou um pouquinho o último passe, isso podemos melhorar um pouco, mas hoje não podemos reclamar de nada. O que vimos em campo foi um time com qualidade tática e técnica, também", disse.
Aproximação ajuda a criar triangulações
Cuca ressaltou a infiltração dos meias pelos lados — no caso, Zé Roberto e Robinho. Diante do Rosario, os dois alas foram responsáveis pela ocupação desses espaços. O fato possibilitou o surgimento de triangulações. Para isso, o Palmeiras encurtou espaços entre as linhas, entre os três zagueiros, a linha de quatro, o meia e dos dois atacantes.
Liberdade para os laterais ou alas
Mesmo atuando com quatro atletas na defesa diante do Corinthians, Cuca deu liberdade aos laterais. Logo no começo da partida contra o Corinthians, Egídio e Jean atacaram ao mesmo tempo, posicionando-se dentro da área do rival.
Três zagueiros contra esquemas com dois atacantes
Cuca surpreendeu o Rosario ao escalar três defensores pela primeira vez no Palmeiras: Vitor Hugo à esquerda e Thiago Martins à direita, com Edu Dracena na sobra. O treinador, dessa forma, marcou os dois homens de área do time argentino: Herrera e Marco Ruben.
O Palmeiras, em contrapartida, passou a atuar com dois atacantes na área, tanto no 4-4-2, quanto no 3-4-1-2. A postura ajudou o time no ataque, com os gols de Alecsandro, Barrios e Gabriel Jesus, além da marcação na saída de bola.
Marcação na saída de bola ajuda na retomada da posse
Contra o Corinthians, no embate com dois zagueiros, o Palmeiras forçou o rival a sair do campo de defesa com bola longa. A segunda linha de quatro no meio-campo auxiliou nesse trabalho, com marcação em Fagner e Uendel.
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