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Leandro Almeida diz que críticas foram pesadas: 'só quiseram frisar o erro'

Leandro Almeida chegou em junho de 2015 e defendeu o Palmeiras em 17 partidas - Cesar Greco/Ag Palmeiras
Leandro Almeida chegou em junho de 2015 e defendeu o Palmeiras em 17 partidas Imagem: Cesar Greco/Ag Palmeiras

Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

16/04/2016 06h00

Leandro Almeida sofreu as consequências de um erro cometido em campo na noite do último dia 4 de fevereiro. Pouco mais de dois meses depois, o zagueiro do Palmeiras ainda não voltou a atuar e deixou a lista da fase final do Campeonato Paulista, apesar de ter sido relacionado por Cuca nas últimas partidas do Estadual. 

O jogador do Palmeiras quebrou o silêncio e falou pela primeira vez depois do lance ocorrido no empate por 2 a 2 com o São Bento no Pacaembu. Na ocasião, e,e tentou dar um toque por cima do meia Morais, que tomou a bola, o driblou e marcou o gol. Em entrevista ao UOL Esporte, Leandro disse que as críticas após o equívoco foram exageradas.

"Torcedor é movido pela paixão e tem todo o direito de criticar. Só achei as críticas exageradas. E isso não foi só da torcida, mas de uma parte da imprensa também. Falhar, infelizmente, acontece com quem está dentro de campo. Errei tentando acertar. Falhei, sim. Mas na minha opinião não justifica o tamanho das críticas", disse o zagueiro.

Leandro explicou o que aconteceu na jogada. A ideia era sair jogando pelo chão, em vez de dar um chutão para o campo de ataque - àquela altura, o time treinado por Marcelo Oliveira recebia muitas críticas pela quantidade de lançamentos longos nas partidas (em média, mais de 40). O atleta também disse que apenas seu erro recebeu destaque.

"Foi uma falha que resultou em gol, num momento em que o Palmeiras já estava passando por um momento de oscilação. Falhei no momento errado. Tentei fazer o que o Marcelo Oliveira pediu, que era sair tocando, sem dar chutão. O Morais é um grande jogador e também tem seus méritos, mas poucos destacaram isso. Só quiseram frisar o erro", afirmou Leandro.
 
Com a falha, o zagueiro só voltou a ser relacionado 12 jogos depois, já com Cuca no comando. Durante o período longe do time, Leandro buscou apoio da família e dos amigos para superar a fase difícil. Os companheiros do elenco, segundo ele, também foram importantes.
 
"Foi uma fatalidade, mas não tive outra escolha a não ser superar. O apoio da minha família, dos meus amigos e de todo o elenco foi fundamental. Quase todos do clube vieram falar comigo e me passar força. Isso foi muito importante para superar aquele momento. Mas isso para mim já é passado e espero agora voltar a jogar, seja aqui no Palmeiras ou em outro clube", relembrou.
 
Na semana seguinte ao erro, Marcelo Oliveira, que fez críticas públicas ao zagueiro logo após o jogo, admitiu que o deixou fora da lista da Libertadores por uma questão técnica, pois Nathan, que não estava inscrito no Estadual, ganharia espaço na competição. Leandro admite que sentiu o peso da decisão.
 
"Disputar a Libertadores era o grande objetivo do Palmeiras e o meu também. Qualquer jogador ficaria chateado e comigo não foi diferente. Mas o futebol é assim, temos que estar preparados para tudo. Basta um jogo para mudar de herói para vilão e vice-versa", ressaltou.
 
Na última quinta-feira, Leandro foi substituído por Cleiton Xavier na lista de relacionados do Paulistão. A decisão aumentou as especulações sobre um possível empréstimo do zagueiro, que tem contrato até junho de 2018. "Se eles não quiserem realmente me aproveitar, aí pode ser uma boa alternativa", admitiu.
 
Confira outros trechos da entrevista:
 
CUCA NO COMANDO
É um excelente treinador. Tem tudo para dar certo aqui no Palmeiras. Com um pouco mais de tempo, ele já está conseguindo mostrar seu trabalho com os resultados dentro de campo. Eu faço o meu trabalho diariamente, com a maior seriedade possível, e busco uma nova chance. Ele já conversou comigo e disse para eu estar pronto, pois no futebol as coisas mudam muito rápido e todos devem estar preparados para jogar.
 
ATITUDE DE MARCELO APÓS O ERRO
O Marcelo é um dos treinadores mais importantes da minha carreira. Comecei com Atlético/MG, trabalhei com ele também no Coritiba e agora no Palmeiras. Ele é um dos treinadores de ponta do futebol brasileiro, foi bicampeão brasileiro com o Cruzeiro. Não é a saída do Palmeiras que vai apagar o que ele já fez no futebol. Sobre o episódio da crítica, conversamos internamente e ficou tudo bem.
 
CONVERSA COM MARCELO
Conversamos internamente. Foi tudo resolvido. Não só ele como toda a comissão técnica continuou me dando força nos treinamentos e me pedindo para estar preparado para uma nova oportunidade, mas que aquele era o momento de fazer uma mudança no time titular.
 
ERROS E A DEMISSÃO DO TREINADOR
É muito difícil apontar erros. Se eu soubesse, diria a ele, pela liberdade que temos um com o outro. Infelizmente as coisas não saíram como ele esperava. Julgar é muito fácil depois que não deu certo.
 
POSSIBILIDADE DE SER EMPRESTADO
Temos que estar preparados para tudo no futebol. Se eu tiver uma nova chance no Palmeiras, ótimo. Treino todos os dias para isso. Agora, se a diretoria e a comissão técnica acharem que é melhor me emprestar a outro clube, irei e continuarei fazendo meu trabalho da melhor maneira possível.