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Além do campo: Flu e Botafogo também colocam diretoria do Fla em xeque

O estádio de Édson Passos pode virar uma alternativa de última hora para o Flamengo - Gilvan de Souza/ Flamengo
O estádio de Édson Passos pode virar uma alternativa de última hora para o Flamengo Imagem: Gilvan de Souza/ Flamengo

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

03/05/2016 06h00

As eliminações na Primeira Liga e no Campeonato Carioca não são motivos isolados para críticas no Flamengo. A diretoria é cobrada para reforçar o elenco e também em relação ao mando de campo nos jogos pelo Campeonato Brasileiro. O tempo passou e o Rubro-negro não viabilizou uma arena alternativa no Rio de Janeiro. O fato de Fluminense e Botafogo avançarem nos projetos colocou a direção em xeque.

Existe uma movimentação de conselheiros para cobrar providências e esclarecimentos do presidente Eduardo Bandeira de Mello e do diretor geral Fred Luz. Eles querem saber os motivos que fizeram o Flamengo não conseguir uma casa durante o fechamento do Maracanã para os Jogos Olímpicos do Rio, que serão realizados em agosto.

As críticas aumentaram em razão de Fluminense e Botafogo, com menos recursos financeiros e de marketing, firmarem compromissos para jogar no Rio de Janeiro. Desta forma, os rivais evitarão o desgaste com as viagens no decorrer da principal competição da temporada. O Tricolor vai mandar os jogos no estádio do América, em Édson Passos. Já o Alvinegro terá a sua casa no estádio Luso Brasileiro, na Ilha do Governador.

O Rubro-negro esperava obter parceiros para reformar o estádio da Portuguesa. O custo estava calculado na ordem dos R$ 20 milhões, mas não houve acordo com uma empresa interessada em se beneficiar da Lei do Incentivo ao Esporte e obter isenção de ICMS.

Ao observar o êxito dos rivais, a diretoria do Flamengo retomou o interesse em conversar com o Fluminense sobre a reforma do estádio de Édson Passos. A mesma ação com o Botafogo é considerada improvável nos bastidores, já que a relação entre os clubes se tornou bastante complicada após a transferência do volante Willian Arão.

Os conselheiros e integrantes da oposição rubro-negra questionam o objetivo da administração Bandeira de Mello. Em uma carta enviada aos sócios, a diretoria foi acusada de esperar a “casa cair do céu” e privilegiar apenas a parte financeira. Sendo assim, expôs mais uma vez a falta de planejamento no futebol.

Os dirigentes estão pressionados, mas por enquanto mantêm Volta Redonda e Brasília como as sedes para o Brasileirão. O clube enviou à Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) a solicitação para jogar na Capital Federal contra Palmeiras, São Paulo, Atlético-MG, Grêmio e Cruzeiro.

As viagens continuarão sendo um problema na Gávea. A falta de estádio já cobrou o preço no começo da temporada. A dúvida é como o Flamengo vai lidar com o obstáculo a partir de agora e solucionar a crescente insatisfação nos bastidores.

Flu economizará mais de 1.800 km de deslocamento

Um dos principais pilares que pesaram na decisão do Fluminense de jogar em Édson Passos foi a questão do deslocamento. Com a transferência dos mandos de campo para lá, o Tricolor economizará 1.833 quilômetros, fazendo um comparativo com o estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda (RJ), onde o clube, inicialmente, atuaria no Campeonato Brasileiro.

"Com Edson Passos, nossa ideia é fazer poucas viagens com o mando de campo e compensar elas com 11 ou 12 jogos no Rio, onde o atleta pode se apresentar no dia do jogo, em um hotel em Nova Iguaçu mesmo. Com isso, ganha a família, ganha o atleta, ganha o clube. A gente só deixa de ganhar com relação à questão da receita e bilheteria", avaliou o presidente do Fluminense, Peter Siemsen.