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Bandeira vê convite como reconhecimento e promete manter combate à CBF

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

05/05/2016 12h09

Um dos principais críticos à gestão atual do futebol brasileiro, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, se juntou à CBF nesta quinta-feira. O cartola aceitou o convite de Marco Polo Del Nero para chefiar a delegação da seleção brasileira na Copa América e sentou-se à mesa do auditório da entidade – ao lado de Dunga e Gilmar Rinaldi – durante a convocação.

Questionado se a situação não iria contra os ideais que defende, evitou responder em um primeiro momento – diante das câmeras. Depois, já fora da coletiva de convocação, explicou os motivos que o levaram a aceitar o polêmico convite.

“Não vejo conflito com o que penso. Entendi como uma premiação. O presidente [Marco Polo] mesmo citou isso. Disse que era um reconhecimento à minha atuação como dirigente e pelo que o Flamengo defende em termos de melhorias, modernidade e transparência. O que o Flamengo vem empreendendo de mudanças é um exemplo para todos. E o convite não vai mudar minha posição. As nossas posições são conhecidas e imutáveis. Seguirei defendendo o que acredito e combatendo o que não concordo aqui [na CBF]”, disse, chegando a elogiar a confederação em alguns pontos.

"Vejo movimentos interessantes na CBF. Temos uma agenda, os grupos de trabalho, o esforço pela transparência e boa governança. Entendemos também que a CBF sofre pressão de entidades comandadas por pessoas que não comungam de nossas ideias. Vejo pontos positivos", defendeu.

Sobre o fato de agora estar diretamente vinculado ao investigado Del Nero, foi breve. “Sou sempre a favor de apuração rigorosa e punição sobre o que for comprovado. Nada devemos comentar além disso, sem provas”, disse, repetindo um discurso já comum na CBF.

Por fim, em tom mais descontraído, mostrou bom humor para comentar a péssima fase do futebol carioca - sem nenhum integrante na lista da Copa América.

"Como não tem? Eu sou o representante do futebol carioca aqui, do Flamengo. Fui convocado. Modéstia à parte, fui um lateral direito razoável", disse Bandeira. "Mas falando sério, eu já repeti algumas vezes que precisamos melhorar, sim. Os problemas do futebol do Rio são conhecidos. Temos que buscar mudar isso daqui para frente", finalizou o presidente do Flamengo.